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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Queda de renda: índice de trabalhadores que recebem apenas o salário mínimo sobe de 30 para 38%

O salário mínimo, mais uma vez, volta ao centro das preocupações.

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Levantamento realizado pela Tendências Consultoria e publicado nesta segunda-feira (6/6) pelo jornal O Globo confirmou o que já se constatava concretamente: o empobrecimento cada vez maior dos trabalhadores brasileiros. Segundo o levantamento, o total de trabalhadores brasileiros que recebem até um salário mínimo (ou R$ 1.212,00) é de 38% da força de trabalho no país.

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Para efeito de comparação, em 2015 esse percentual era de 27,6% e foi a 30,09% em 2018, ainda no governo Temer. Do início do governo Bolsonaro, em 2019, até o primeiro trimestre deste ano, contudo, o percentual de trabalhadores que recebem até um salário mínimo pulou para 38%.

Os números indicam que mais de um terço dos trabalhadores brasileiros, estejam ou não na informalidade, recebem vencimentos cada vez mais achatados.

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Em números absolutos, são mais 36,4 milhões de trabalhadores nesta situação, na comparação com o fim do governo Temer. Isso ocorreu tanto no emprego formal quanto no informal. Entre os trabalhadores com carteira assinada, o total dos que recebem apenas um salário mínimo passou de 14,06%, no fim do governo Temer, para 22,48% no primeiro trimestre deste ano. Entre os informais, o salto foi de 53,46% para 61,73%. O levantamento também aponta que, no grupo de trabalhadores sem carteira assinada, há um grande contingente com vencimentos mensais inferiores a um salário mínimo.

Brasil fechou 2021 com grande inflação: veja aqui

Os números também confirmam o quanto sempre foram mentirosos e fraudulentos os discursos em defesa da reforma trabalhista. Na época, essa famigerada reforma foi defendida pelo Congresso, pelos empresários, pelo governo Temer e pela maioria da mídia comercial (liderada pela TV Globo) como se fosse a “redenção” dos trabalhadores, algo capaz de gerar empregos em profusão e melhorar a renda. O que se viu, no entanto, foi justamente o contrário: aumento dos índices de desemprego, aumento da informalidade (ou seja: perda de direitos trabalhistas), redução salarial e consequente queda de renda para os trabalhadores brasileiros.

Em épocas de crise geral do capitalismo, a chamada crise de reprodutibilidade do sistema, a tendência histórica é de que governos burgueses e patrões tentem sempre jogar sobre os trabalhadores o custo da crise e assim mantenham as margens de lucro das empresas. Em outras palavras, os capitalistas e governos que os apoiam — como os de Temer e Bolsonaro — buscam sempre “solucionar” a crise por meio do aumento ainda maior da exploração sobre a classe trabalhadora. É isto que explica o achatamento salarial, com mais trabalhadores recebendo apenas o salário mínimo. E é isto que explica a infame campanha pró-reforma trabalhista promovida durante o governo Temer e endossa por Bolsonaro. O pior é que, na época de votação da reforma trabalhista no Congresso Nacional, milhões de trabalhadores brasileiros acreditaram nessa conversa fiada.

Reajuste do funcionalismo: índice de 5% é insuficiente

Enquanto os trabalhadores brasileiros têm sua renda achatada e seguem perdendo direitos como férias, décimo-terceiro, FGTS e descanso semanal remunerado, entre outros, a inflação é outro tormento que volta a assustar. Atualmente no patamar de dois dígitos — em 12,13% —, a taxa de inflação acumulada em 12 meses é a maior desde o plano Real, fato agravado pela perversa política de reajuste adotada no atual governo, que fez o salário mínimo valer ainda menos do que valia em janeiro de 2019, quando Bolsonaro tomou posse.

Em abril deste ano, por exemplo, a cesta-básica estava custando R$ 803,99 em São Paulo, de acordo com pesquisa do Dieese. Isso equivale a 66,3% do salário mínimo atual. Em abril de 2019, início do governo Bolsonaro e antes da crise da pandemia, o custo da cesta básica na capital paulista era de R$ 522,05, correspondente a 52,3% do salário mínimo da época (R$ 998).

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