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sábado, fevereiro 22, 2025
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Resistência heroica da rede federal aprofundou desgaste de Nísia (Saúde), a bola da vez na reforma ministerial

Na última quinta-feira (20/2), os principais veículos de mídia do país noticiaram a iminente exoneração da ministra Nísia Trindade (Saúde) e sua possível substituição por Alexandre Padilha (Ministro-Chefe de Relações Institucionais) ou pelo ex-ministro da saúde Arthur Chioro.

Por uma estranha “coincidência” da vida, as especulações sobre a saída de Nísia aconteceram menos de 24h após o Sindsprev/RJ ter se reunido em Brasília com representantes da Secretaria Geral da Presidência da República. Isto porque, na ocasião, o sindicato relatou detalhadamente os inúmeros problemas decorrentes da gestão autoritária que Nísia pratica desde o momento em que assumiu o cargo de ministra da saúde, em janeiro de 2023. Vejamos.

Naquele mesmo ano (2023), Nísia tratou a greve da saúde federal de forma absolutamente ditatorial, desrespeitosa e sem fazer o menor esforço para instalar uma simples mesa de negociação. Fato que prejudicou sobretudo os trabalhadores que na época se mobilizavam pela aprovação e pagamento integral do piso salarial nacional da enfermagem. Mas não foi só.

Nísia também aprofundou um perverso modelo de gestão que, na prática, desorganizou por completo os serviços especializados da rede federal de saúde e instalou um caos sem precedentes no funcionamento dos hospitais federais. O objetivo? Criar as condições materiais para que o próprio Ministério da Saúde apresentasse a infame proposta de fatiamento e privatização das unidades da rede como uma espécie de “solução mágica”.

Reunião do dia 19/2 entre Sindsprev-RJ e Presidência da República, quando o sindicato relatou os problemas causados pela gestão Nísia no Ministério da Saúde. Foto: Presidência da República.

Para isto, o “modelo Nísia Trindade de gestão hospitalar” precisava culpar os trabalhadores da rede (concursados e CTUS) pelos problemas decorrentes do sucateamento e da desorganização que a própria gestão Nísia instalou nas unidades de saúde.

Como forma de enfrentar a greve e a resistência dos servidores da rede contra o processo de fatiamento, a gestão Nísia então não hesitou em apelar para uma brutal repressão policial, como ocorrido em outubro do ano passado, durante a entrega do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) ao Grupo Empresarial Conceição. Ocasião em que trabalhadores e trabalhadoras foram ameaçados e agredidos com spray de pimenta. Ação que culminou com a arbitrária e inaceitável prisão da servidora Cristiane Gerardo, dirigente do Sindsprev/RJ.

O desrespeito da gestão Nísia pelos trabalhadores é tamanho que os terceirizados também foram atingidos pelo caos instalado na rede. Nos hospitais de Bonsucesso, HSE, Cardoso Fontes e Andaraí, por exemplo, o pessoal da limpeza continua sofrendo com salários em atraso. Em Bonsucesso, os trabalhadores da empresa Gaia foram demitidos sem receberem suas verbas rescisórias, o que também ocorreu no Andaraí com os funcionários da empresa T & S, dispensados sem salários, sem vale-alimentação e com 9 meses de FGTS em atraso.

No Cardoso Fontes, a gestão Nísia Trindade demitiu a única chefia de enfermagem eleita pelos próprios trabalhadores daquele hospital, onde também foi cortado o fornecimento de lanche para setores críticos dos quais os trabalhadores não podem sair com facilidade para se alimentar.

Crueldade, autoritarismo, falta de respeito e desprezo por trabalhadores e milhares de pacientes da rede federal são as marcas indissociáveis da gestão Nísia Trindade à frente do Ministério da Saúde.

Se Nísia finalmente cair, a heroica resistência organizada pelos trabalhadores e trabalhadoras da rede federal, com apoio do Sindsprev/RJ, terá exercido um papel decisivo neste acontecimento.

Representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República com membros da comissão de representantes do Sindsprev-RJ, ao final da reunião. Foto: Presidência da República.

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