O Sindsprev/RJ repudia publicamente as preconceituosas e lamentáveis declarações do ministro da economia, o especulador Paulo Guedes, que, ao se referir à recente alta do dólar, afirmou que, na época em que a moeda americana estava a R$ 1,80, era uma festa em que até empregadas domésticas viajavam para a Disneylândia’.

As inaceitáveis declarações do ministro remontam, na verdade, ao imaginário e às concepções racistas de mundo e de sociedade forjadas historicamente desde o início da colonização. Concepções que sobreviveram aos tempos do império, atravessando a república até nossos dias. Visões de mundo que sempre expressaram a repugnante forma de pensamento da maioria das elites brasileiras, tanto nas cidades como no campo, com relação à população brasileira. Concepções, enfim, que manifestam o profundo ódio das elites contra pobres, negros, indígenas, mulheres, idosos e crianças.

Essas elites tão adoradas e exaltadas por Paulo Guedes são as mesmas que, historicamente, sempre trataram as questões sociais e as reivindicações populares como casos a serem ‘resolvidos’ à bala, por meio da mais brutal repressão policial e militar.

A fala do ministro aponta não apenas para o enraizado preconceito contra os trabalhadores e os pobres em geral, mas é expressão de um racismo institucional cujo principal objetivo sempre foi impedir qualquer possibilidade de ascensão social para pobres, negros e indígenas.

De acordo com pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), publicada em 2018, cerca de 6,2 milhões de pessoas tinham como ocupação o serviço doméstico remunerado, que assume variadas formas, como as atividades desempenhadas por diaristas, babás, jardineiros e cuidadores.

Ao todo, 92% (5,7 milhões) são mulheres, das quais 3,9 milhões são negras.

Paulo Guedes, com sua mentalidade escravocrata e seu ódio visceral contra a população brasileira, é o exemplo do quanto o Brasil ainda precisa avançar na luta contra o preconceito vigente em nossa formação social.

Diretoria Colegiada do Sindsprev/RJ.