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quinta-feira, maio 8, 2025
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Repudiamos a odiosa discriminação contra a deputada Rejane (PCdoB-RJ) na Câmara

Por meio de sua diretoria colegiada, o Sindsprev-RJ se solidariza integralmente com a deputada federal Enfermeira Rejane (PCdoB-RJ), que vem sofrendo assédio e discriminação no prédio do Congresso Nacional e no plenário daquela casa legislativa, conforme denúncia feita pela parlamentar na última segunda-feira (5/5).

Mulher negra, militante sindical e das lutas contra o racismo e a LGBTfobia, Rejane assumiu o mandato em fevereiro deste ano, após o titular do cargo, Washington Quaquá (PT-RJ), ter sido eleito prefeito de Maricá (RJ). Desde então, ela lembra o tratamento hostil que vem recebendo por parte da segurança da Câmara, tendo sido várias vezes barrada na entrada exclusiva para os deputados (que não demanda revista pelo raio-x), nos elevadores, na entrada de comissões e até mesmo na entrada do plenário. O que é inaceitável.

Em entrevista ao portal de notícias G1, publicada terça-feira (6/5), Rejane afirmou que o estopim para suas denúncias foi ter sido barrada no plenário da Cãmara durante uma sessão deliberativa noturna. “Quando eu já tinha entrado no plenário, já tinha passado pela segurança de fora. Como lá dentro o cara vai me barrar? Ele disse: não pode entrar aqui não, não pode entrar aqui não. Eu reagi até com um palavrão. Falei: ‘Não está vendo que eu sou deputada?’ e aí ele me deixou sentar”, disse.

Atualmente, 22 mulheres exercem o cargo de deputada federal, do total de 513 deputados, número que significa apenas 5% da composição da Câmara. Nas eleições de 2022, foram eleitos 107 parlamentares que se declaram pardos e 27 pretos, ante 370 brancos. Outros são 5 indígenas e um amarelo.

Dirigente da Secretaria de Gênero, Raça e Etnia do Sindsprev/RJ, a servidora Cristiane dos Santos também repudiou o ocorrido com a deputada Rejane. “Me solidarizo com a deputada federal Rejane, que fez mais que um relato, fez uma denúncia da discriminação sofrida dentro do seu local de trabalho, um espaço que deveria ser de democracia, que é o Congresso Nacional. Não existe democracia completa se existem discriminação e racismo. Ser interpelada pra responder onde vai e quem é, quando está devidamente identificada, como manda o protocolo da Casa, é um absurdo. Em nome do Sindsprev-RJ, eu exijo a apuração dos fatos. Como mulher, mas também como mulher preta, digo que já lutamos muito para estarmos em lugares de poder. Portanto, não ser reconhecida nesse lugar é algo que deveria causar indignação a todos os membros do Congresso Nacional”, disse ela.

Durante a entrevista que concedeu ao portal G1, Rejane disse ter chorado durante toda a noite depois do desabafo. Em diversos momentos da entrevista, a parlamentar também se emocionou ao relatar a odiosa discriminação de que vem sendo vítima. Na mesma entrevista, Rejane criticou ainda o fato de não ter recebido expressivo apoio por parte de seus colegas deputados.

Exercendo pela primeira vez o mandato de deputada federal, Rejane já foi deputada estadual por três mandatos — entre 2010 e 2022 —, período no qual também sofreu racismo de colegas parlamentares, segundo denunciou ao G1.

Com uma longa história de dedicação e apoio integral às lutas dos trabalhadores e trabalhadoras da saúde, especialmente a enfermagem, a deputada Enfermeira Rejane é uma das mais conhecidas e respeitadas lideranças do país na luta por um SUS público, universal, gratuito e de qualidade para toda a população brasileira.

A discriminação que Rejane vem sofrendo na Câmara dos Deputados é inaceitável e deve ser amplamente repudiada por todos os segmentos do movimento sindical e de luta contra o racismo, as discriminações de gênero e a LGBTfobia.

Diretoria Colegiada do Sindsprev-RJ

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