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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Rede federal, Vigilância em Saúde e INSS exigem reivindicações. Saúde aprova greve a partir de 19/2

Servidores ativos e aposentados da rede federal de saúde do Rio, da Vigilância em Saúde (ex-Funasa) e do INSS protestaram, na manhã desta quarta-feira (24/1), contra o descaso do governo Lula (PT) no trato de suas reivindicações. Convocada e organizada pelo Sindsprev/RJ, a manifestação foi realizada em frente ao prédio do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) — na rua México, 128 —, sendo parte das mobilizações do Dia Nacional dos Aposentados e Pensionistas.

Além de reajuste salarial extensivo aos aposentados, os servidores cobraram incorporação de gratificações, concurso público, pagamento do piso da enfermagem em valores integrais, reestruturação de carreiras e fim do sucateamento na saúde federal, na Vigilância em Saúde e no INSS. Reafirmaram ainda a luta contra a entrega das unidades da rede federal à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que significa uma forma de privatização.

Dirigentes e militantes do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do Rio de Janeiro (Sintrasef), do Sindicato dos Enfermeiros do Rio (SindEnf-RJ) e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) também participaram da manifestação.

Postados no hall de entrada do prédio do DGH, os servidores fizeram duras críticas não apenas ao descaso do governo no trato das reivindicações, mas também em relação à forma como vêm sendo geridos os serviços públicos brasileiros. “Nossa estratégia é lutar pela garantia de serviços públicos e universais de qualidade. O Estado do Rio concentra 12 unidades federais de saúde, mas nem por isso o governo cuida delas como deveria. No Hospital Cardoso Fontes, por exemplo, as recentes chuvas produziram uma cachoeira dentro do Serviço de Recuperação Pós-Anestésico, que está fechado. No Cardoso Fontes os elevadores também estão quebrados, obrigando maqueiros a subir escadas para carregar pacientes. Esta é a triste realidade da rede federal, uma rede que não aceitamos ver entregue à Ebserh. Fora Ebserh. Fora”, afirmou Cristiane Gerardo, dirigente regional do Sindsprev/RJ.

Tom de indignação com postura do governo marcou o ato unificado dos servidores. Foto: Mayara Alves.

“Todo este processo de destruição da saúde e de entrega de unidades à iniciativa privada vem sendo arquitetado pelo governo federal. O DGH já mostrou não ter condições de gerir as unidades da rede, onde reina o sucateamento, a falta de insumos e de medicamentos. É por isso que estão tentando fechar as unidades de saúde para entregá-las à Ebserh. Não podemos permitir que isto aconteça”, completou Sidney Castro, também dirigente do Sindsprev/RJ.

Servidor da Vigilância em Saúde, Mardones da Costa denunciou o sucateamento dos serviços públicos sob o atual governo. “Nosso ato de hoje é uma resposta ao descaso na questão do reajuste, que o governo adiou para 2025. Não aceitamos que entidades quinta coluna, como a CUT, falem em nome dos servidores. A epidemia de dengue está crescendo em todo o Brasil e a Vigilância em Saúde não poderá fazer muita coisa porque está sucateada e com número insuficiente de servidores. Por isso exigimos concurso, reestruturação da carreira e reajuste de verdade, sem dependermos de penduricalhos no contracheque”, disse.

Representando o SindEnf-RJ, Líbia Bellusci reforçou o apelo à mobilização. “Hoje é dia de lutar pelo piso da enfermagem, contra as privatização e em defesa dos servidores ativos e aposentados. O DGH não tem o direito de decidir que a privatização é o melhor para o Hospital Federal dos Servidores (HFSE) e para a rede. Fora Ebserh, concurso já. Não vamos nos enganar”, frisou ela.

Dirigente da nova gestão do Sintrasef, que tomou posse em dezembro de 2023, Maxwell Santos anunciou a volta do sindicato às mobilizações. “Não aceitamos ficar sem reajuste. Não aceitamos o desmonte dos serviços públicos, queremos concurso e a revalorização de todos os servidores, ativos e aposentados. O Sintrasef está de volta para ajudar a construir esta luta. O servidor que hoje está na ativa será um aposentado no futuro. A luta é de todos”, ressaltou.

Ato foi precedido de concentração de servidores no hall de entrada do DGH. Foto: Mayara Alves.

Dirigente da Fenasps (federação nacional) e do Sindsprev/RJ, Pedro Lima lembrou a incoerência do governo Lula. “Os servidores fizeram campanha para o atual governo, mas o governo não olha para os servidores, o que é inaceitável. Estamos na luta contra a Ebserh e continuaremos atuando nas mesas de negociação, mas para isto gerar resultados vai ser preciso aumentar as mobilizações”. Também dirigente da Fenasps, a servidora Lúcia Pádua alertou para uma árdua luta contra a Ebserh. “Este ato só foi possível pela unidade dos trabalhadores e das entidades representativas. Ninguém sozinho vai conseguir derrotar a Ebserh. Se o HFSE for entregue à Ebserh, estará aberta a porteira para o fim da rede federal”, disse.

“O modelo da Ebserh sucateou o Hospital Universitário Gafrée Guinle, onde recentemente o teto da maternidade desabou. Somente as mobilizações na rua poderão barrar a Ebserh. Queremos concurso e o fim das privatizações. Por isso que o Sindicato dos Enfermeiros do Rio está na luta também”, afirmou Mônica Armada, dirigente da entidade.

Falando em nome dos trabalhadores do INSS, o servidor aposentado da autarquia e ex-dirigente do Sindsprev/RJ, Carlos Vinícius Lopes, criticou o desmonte do instituto. “Após um ano de governo Lula (PT), ainda não há um projeto voltado ao funcionalismo. No INSS o que se vê é o caos. A fila de pedidos de benefícios só aumenta e com isto a situação piora a cada dia. Se estamos na rua para protestar é porque lutar vale a pena. Quando o servidor Rolando Medeiros foi injustamente demitido do INSS, em 2015, houve uma luta de anos pela readmissão daquele dirigente do Sindsprev/RJ. Este é o caminho para conquistarmos nossos direitos”, afirmou.

Durante a manifestação, os sindicatos chegaram a pensar na hipótese de uma comissão ser recebida pelo gabinete do superintendente do DGH, Alexandre Telles, que estava em Brasília. Diante desta situação, os sindicatos e a CTB optaram por não enviar comissão ao gabinete do DGH. Ao invés disto, realizaram uma passeata com os servidores. Munidos de faixas e cartazes, com apoio de um carro de som, os trabalhadores percorreram a rua México, dobraram nas avenidas Almirante Barroso, Graça Aranha e Gomes Freire, de onde voltaram para a rua México até o prédio do DGH. Ali, antes de encerrarem o ato, realizaram uma assembleia que aprovou dois indicativos: promover o desfile do bloco Filhos da Pública, no dia 7 de fevereiro, a partir das 10h30, em frente ao DGH, com paralisação de 24h; e entrar em greve por tempo indeterminado a partir do dia 19 de fevereiro.

 

 

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