Com participação do Cônsul da República Bolivariana da Venezuela, Edgar González, foi realizado na última terça-feira (12/2), no auditório do Sindsprev/RJ, o debate ‘Desafios de um país em busca da soberania e da solidariedade dos irmãos latino-americanos’. Organizado pelo jornal Inverta e pelo Centro de Educação Popular e Pesquisas Econômicas e Sociais (CEPPES), com apoio do Consulado da Venezuela, o debate consistiu de explanação de Edgar González sobre as tentativas dos governos dos EUA e de países do chamado Grupo de Lima, incluindo o Brasil, de apoiar um golpe contra o legítimo e constitucional governo de Nicolás Maduro.
Após abertura feita pelo ex-deputado estadual Gilberto Palmares (PT-RJ), Edgar González pediu para que fosse lida uma carta que o presidente Maduro enviou ao povo norte-americano, denunciando as sucessivas tentativas de Donald Trump de desestabilizar o governo e as instituições da Venezuela.
“Agradeço a presença e a solidariedade de todos à revolução bolivariana. Os Estados Unidos e outros países estão nos atacando porque a Venezuela está contrariando os interesses norte-americanos. Só que esta luta e esses ataques não vêm apenas desde a época em que o então presidente Chávez assumiu o poder, nos anos noventa. São ataques que vêm sendo feitos há mais de 200 anos, contra a Venezuela e qualquer outro país que decida ser independente e soberano”, disse, sob aplausos. Para Edgar, a virulência dos ataques é ainda maior contra a Venezuela devido às reservas de petróleo do país, que estão entre as maiores do mundo. “Os EUA consomem cerca de 20 milhões de barris ao dia. Ao mesmo tempo, a Venezuela tem as maiores reservas petrolíferas do mundo, a maior biodiversidade, as maiores reservas de energia e um governo independente. Por isso a direita fascista quer desestabilizar o nosso país, por isso promove o boicote e a sabotagem econômica, em aliança com os EUA e o imperialismo. Tudo para restabelecer no poder as mesmas oligarquias de sempre”, afirmou.
Rebatendo críticas de que a Venezuela seria uma ‘ditadura’, González citou o fato de que, desde a posse de Hugo Chávez, nos anos 90, mais de 25 eleições foram realizadas no país. “Não há país com mais participação popular que a Venezuela, e participação nos destinos da nação. Por isso é lamentável a postura dos EUA e de países europeus como a Espanha e a Inglaterra. Como também é lamentável a postura do atual governo do Brasil. Acho inclusive que, se o Brasil apoiar uma intervenção contra a Venezuela, sofrerá sanções econômicas por parte sobretudo da China”, explicou, após lembrar que mais de 98 países já se posicionaram contra qualquer tentativa de golpe contra o presidente Maduro.
“Que os governos lacaios, como o dos EUA, desbloqueiem os recursos financeiros da Venezuela. E que saibam que temos o povo venezuelano mobilizado pela defesa de nossa independência e soberania. Queremos o caminho do socialismo porque o caminho do capitalismo não deu certo. Eu me coloco como um socialista não somente da Venezuela, mas do mundo. Por isso é tão importante a solidariedade e o apoio de todos vocês”, frisou, para novamente ser bastante aplaudido por um auditório lotado de militantes dos movimentos sindical e popular do Rio.
Edgar encerrou sua fala destacando o compromisso dos militares venezuelanos com o país. “Nossos militares já demonstraram grande consciência política. Na Venezuela os militares são o povo, e o povo são os militares, além das milícias bolivarianas”, explicou.
Após a abertura para perguntas, foi exibido um vídeo com a denúncia das principais mentiras e técnicas de manipulação da mídia imperialista contra a Venezuela. Ao final, os organizadores do debate distribuíram um abaixo-assinado de repúdio às tentativas de golpe contra o governo bolivariano da Venezuela.