Rejeição da proposta do governo, feita na mesa setorial temporária do seguro social, e indicativo de greve nacional dos servidores do INSS a partir de 16 de julho. Esta foi uma das principais resoluções aprovadas no domingo, na plenária nacional convocada pela Federação Nacional (Fenasps), em Brasília. A avaliação dos presentes foi a de que a proposta apresentada pelo Ministério da Gestão e Inovação (MGI), em 29 de maio, é uma afronta contra os servidores.
Em relação à seguridade social (saúde, trabalho, previdência e vigilância), foi também rejeitada a proposta apresentada pelo governo e aprovado que os estados discutam a deflagração de uma greve nacional. Os profissionais de saúde do Rio de Janeiro, com paralisação desde 15 de maio contra o fatiamento e a privatização dos hospitais da rede federal, reivindicaram e foram atendidos em seu pleito de que a Fenasps passe a interceder frente ao governo nas negociações da greve.
“A plenária aprovou apoio à greve do Rio de Janeiro, mas entendeu que, mesmo com a forte adesão dos profissionais da saúde federal do estado, é necessário fazer o debate, nacionalmente, para construir a greve da saúde, trabalho e Anvisa nos demais estados, tendo como data de referência também o dia 16 de julho”, explicou o diretor do Sindsprev/RJ Rolando Medeiros.
Avaliou que os debates nos encontros específicos dos servidores do seguro e da seguridade social, que aconteceram no sábado em Brasília, foram muito positivos, tendo servido como elemento fundamental que norteou as decisões da plenária. “Estiveram presentes delegados de todo o país”, frisou.
Paralisação e protesto dia 3 de julho – Para 3 de julho, dia da nova rodada de negociação da mesa setorial do INSS, a plenária aprovou a realização de um Dia Nacional de Luta, com paralisação nacional no Instituto, com os servidores desligando os computadores e participando de protestos nos estados e em Brasília.
Rolando falou da importância da participação de toda a categoria na paralisação e nos protestos em todos os estados. “É importante que todos parem o seu trabalho, tanto os que estão no teletrabalho, quanto os que estão nas agências, inclusive já como preparação para a greve a partir do dia 16 de julho, demonstrando sua insatisfação com o tratamento que até aqui vem sendo demonstrado pelo governo em relação às nossas pautas”, afirmou.
“Se quisermos arrancar alguma coisa, se quisermos fazer com que o governo mude o comportamento, de ignorar, por exemplo, que batemos todas as metas, reduzindo o tempo de espera nas filas, saindo de 200 dias para 32, a alternativa é a greve. Foi um trabalho feito com muita dedicação. Esperamos a reciprocidade. Além disto, temos uma pauta debatida e assinada pelo ministro de Estado em 2022 e o governo tem que agir com reciprocidade e atender aos servidores. O debate do MGI não vai nessa linha. Deste modo, vamos buscar a alternativa que é a greve”, defendeu o dirigente.
Saúde faz passeata dia 3 – Para os diretores do Sindsprev/RJ Sidney Castro e Christiane Gerardo, foi fundamental a rejeição da proposta do governo e a aprovação do calendário de construção da greve da seguridade, a partir de 16 de julho. “Os estados fizeram assembleias decidindo pela não assinatura da proposta de acordo por ser rebaixada. A categoria avalia que tem que ter reajuste salarial ainda este ano e defende a construção de greve a partir do dia 16”, afirmou Sidney.
Christiane acrescentou que os profissionais da saúde federal do Rio de Janeiro, em greve, farão uma passeata dia 3 de julho, saindo do Hospital de Ipanema, rumo à residência do secretário municipal de saúde, Daniel Soranz. Lá, será servida a já tradicional Feijoada da Resistência com o enterro simbólico do processo de fatiamento e privatização da rede.
Soranz é um dos articuladores da privatização, junto ao governo federal. Na quinta-feira, os profissonais da saúde federal participam do curso de formação no auditório do Sindsprev/RJ.