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terça-feira, dezembro 3, 2024
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Pesquisa mostra que população é contra privatização de estatais

Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, estão indo com muita sede ao pote. O banqueiro e ministro, logo que assumiu o cargo, foi aos Estados Unidos garantir a donos de grandes empresas, bancos e fundos de investimentos com os quais se relaciona que vai vender todas as estatais. “Vamos vender tudo”, disse, muito alegre. E brincou, sem ficar vermelho: “O presidente ainda não sabe, mas vamos vender até o Palácio do Planalto”, afirmou, rindo, para uma plateia satisfeita.

Recentemente, Guedes colocou numa lista de privatizações 17 estatais. A população brasileira, no entanto, não concorda com esses planos entreguistas. Pesquisa feita pelo Instituto Datafolha mostra que a grande maioria não está de acordo com os planos de Bolsonaro e do seu ministro-banqueiro. Segundo pesquisa divulgada na segunda-feira (9), 67% dos consultados são contrários às privatizações e apenas 25% se dizem favoráveis.

Em comparação com pesquisa do instituto realizada em dezembro e divulgada em janeiro, o número de favoráveis às privatizações despencou, indo de 36% para 25%, enquanto os contrários subiram de 60% para 67%. O levantamento foi feito em meio ao plano do governo Bolsonaro de ceder 15 estatais à iniciativa privada, entre elas, a Eletrobras, os Correios e a Casa da Moeda.

A Petrobras, que não aparece no plano de Guedes, mas tem sido alvo de um desmonte e venda de subsidiárias, como a BR Distribuidora, aparece como a empresa que os brasileiros mais defendem. Apenas 27% são a favor da privatização, enquanto 65% são contra. Os bancos públicos (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES) vêm logo em seguida, com 29% favoráveis e 65% contrários.

A privatização dos Correios, cuja venda Guedes e Bolsonaro mais defendem, aparece com a reprovação ligeiramente mais baixa, com 33% a favor e 60% contra. A aprovação das privatizações só supera a reprovação entre pessoas com renda acima de dez salários mínimos (50%), empresários (51%) e simpatizantes do PSL (67% a favor e 27% contra). Entre os que votaram em Bolsonaro em 2018, a maioria é contrária (36% a favor e 56% contra).

A pesquisa foi realizada nos dias 29 e 30 de agosto e ouviu 2.878 pessoas em 175 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

Fazendo o jogo dos EUA

Após bater continência à bandeira dos Estados Unidos, não se poderia esperar outra coisa de Jair Bolsonaro que não acabar com a possibilidade de ter em seus planos a independência do Brasil em relação ao país do norte. Para tocar este projeto de submissão era preciso escolher para o Ministério da Economia um conservador que privilegiasse o interesse privado em detrimento do interesse público, do estrangeiro em relação ao nacional. Ou, em outras palavras, que se importasse em garantir mais lucros às empresas e bancos, nacionais e estrangeiros, e tivesse como prática sistemática a redução do que estivesse a serviço do desenvolvimento social e econômico brasileiro.

Melhor nome do que o do ultraconservador Paulo Guedes não poderia haver para tocar este projeto, que entre outros pontos prevê o corte dos investimentos em áreas estratégicas como educação, infraestrutura, ciência e tecnologia, saúde e habitação; a redução de direitos trabalhistas e previdenciários; a venda das empresas estatais ao capital privado; e a entrega das riquezas naturais do Brasil aos estrangeiros, como o petróleo, por exemplo. 

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