Os funcionários do Banco do Brasil (BB) fazem nesta sexta-feira (29/1) uma greve de 24 horas contra o plano de desmonte que Bolsonaro quer impor ao banco. O objetivo do governo é reduzir a estrutura do banco público, abrindo espaço para as negociatas do setor privado.
O plano prevê a demissão de 5 mil bancários, a extinção da função dos caixas, o fechamento de quase 400 agências e a transformação de mais de 300 delas em pequenos postos de atendimento.
Além da covardia das demissões em massa, o desmantelamento do BB, feito em plena pandemia do novo coronavírus, ignora as necessidades da população, que, com o desmonte, passará ainda mais tempo nas filas. Em milhares de municípios a agência do banco é a única existente. Com o desmonte, vários dos clientes ficarão sem ter como fazer operações bancárias ou obter crédito. O plano reduz ainda a capacidade do BB de financiar a retomada do crescimento econômico, no pós-pandemia.
A alegação do governo é a mesma feita quando ataca o setor público – hospitais, Previdência Social, Correios, Petrobrás: cortar custos. Uma argumentação mentirosa que esconde a sua real intenção que é a de passar para o setor privado atividades altamente lucrativas que vêm sendo sucateadas, deixando a população e o país sem um serviço público essencial.
A privatização tem outros aspectos negativos: descapitaliza o Estado brasileiro, corta investimentos públicos aumentando o desemprego, a miséria, a desindustrialização e a dependência econômica. Com as privatizações o Brasil fica ainda mais à mercê dos países desenvolvidos, principalmente dos Estados Unidos, intenção que o governo Bolsonaro sempre deixou evidente.
Paralisação e Luto
Nesta sexta (29), durante a paralisação, os funcionários do BB vestirão uma peça de roupa preta em protesto contra o desmantelamento do banco. Será distribuída carta à população repudiando o desmonte, que se insere em uma política do governo extremamente covarde e prejudicial ao país, explicando os motivos da paralisação.
Mesmo antes da deflagração da paralisação, o país já vinha sendo agitado pela sua preparação.
Como exemplo, desde a manhã da última quarta-feira, o dia seguinte da assembleia que aprovou a greve de 24 horas, carros de som dos sindicatos de todo o país circulam pelos bairros nas diversas cidades.
Editais publicados nos jornais de grande circulação dão ciência da paralisação à sociedade.