Nesta segunda-feira (1/3), dia em que o Brasil ultrapassou a triste marca de 255 mil mortos pela covid, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) defendeu um endurecimento de medidas de restrição e distanciamento social, com a adoção de toque de recolher nacional, das 20h às 6h, incluindo finais de semana. Em nota, os gestores pedem ainda o fechamento de praias e bares, e que as autoridades implementem barreiras sanitárias nacionais e internacionais, considerando até mesmo a hipótese de fechamento de aeroportos e do transporte interestadual. Na prática, os secretários propõem a adoção de lockdown nas regiões do país onde a ocupação de leitos já chegou a 85%. Em seu comunicado, os secretários de saúde também criticam a “ausência de uma condução nacional unificada e coerente”. Em outras palavras, criticam a incompetência e a inoperância do governo Bolsonaro na condução das ações de combate ao novo coronavírus.
Levantamento elaborado pelo jornal O Globo mostrou que mais da metade dos estados brasileiros já estão com seus sistemas de saúde em colapso, ou seja, com ocupação de leitos superior a 80%. Para gestores e especialistas em saúde, o atual momento é o mais grave desde o início da pandemia, há um ano. Em oito desses estados, os óbitos provocados pela covid cresceram 100% nos dois primeiros meses deste ano.
“Entendemos que o conjunto de medidas propostas somente poderá ser executado pelos governadores e prefeitos se for estabelecido no Brasil um ‘Pacto Nacional pela Vida’ que reúna todos os poderes, a sociedade civil, representantes da indústria e do comércio, das grandes instituições religiosas e acadêmicas do país, mediante explícita autorização e determinação legislativa do Congresso Nacional.”, afirma trecho do documento.
Nesta terça-feira (2/3), governadores terão uma reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para discutir ações relacionados à pandemia.
Os dois maiores responsáveis pelo agravamento da covid no Brasil têm nome e são muito conhecidos: Jair Bolsonaro e seu incompetente, subserviente e desinformado ministro da saúde, o general Eduardo Pazuello.
Desde o início da pandemia, o governo federal nunca escondeu sua extrema má-vontade para tomar medidas efetivas de combate à disseminação do vírus, recusando-se a assumir a coordenação geral de ações na emergência sanitária. Coordenação que, em qualquer país minimamente organizado, deveria ser função primordial do Ministério da Saúde.
O resultado de tanta inoperância, incompetência e descaso com a vida humana é que o Brasil está nos últimos lugares em vacinação contra a covid. Até o momento, apenas 3% dos brasileiros foram imunizados, enquanto a vacinação avança rapidamente nos demais países. Quanto mais atrasada ficar a vacinação no Brasil, mais mortes acontecerão. Mortes que poderiam ser evitadas.
O governo Bolsonaro é o governo da morte. E a gestão Pazuello transformou o Ministério da Saúde em Ministério da Doença.