Neste dia 24 de fevereiro foi celebrada a conquista das mulheres do direito ao voto.
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A data comemorativa foi definida pelo Congresso Nacional em 2015 com a aprovação do projeto de lei de iniciativa da presidente Dilma Roussef (PT) neste sentido. O direito foi obtido pelo movimento de mulheres após décadas de lutas, no ano de 1932, através de decreto do governo provisório de Getúlio Vargas que modificou o Código Eleitoral.
No entanto, o direito era restrito, concedido apenas a mulheres casadas, com autorização dos maridos, e para viúvas com renda própria. Essas limitações deixaram de existir apenas em 1934, quando o voto feminino passou a ser previsto na Constituição Federal.
Esse cenário não era exclusividade do Brasil que foi um dos primeiros em que as mulheres garantiram este direito. Na França, por exemplo, o voto feminino se tornou realidade em 1944 e, na Suíça, em 1971. No Brasil, no entanto, a bandeira das mulheres pelo direito de votar e de serem votadas teve início décadas antes, pelo menos desde 1891, quando foi apresentada proposta de emenda à Constituição brasileira que trazia essa prerrogativa. A proposta, contudo, foi rejeitada.
A diretora da Secretaria de Imprensa do Sindicato dos Bancários do Rio, Vera Luiza Xavier, lembra que nenhum direito foi dado. “Não só o direito ao voto, como ao trabalho e outros tantos, cada conquista nossa foi obtida com muita luta”, frisou. Outra conquista eleitoral, garantida em 1997, foi o da cota que exige que cada partido deve ter pelo menos 30% de suas candidaturas proporcionais garantidas às mulheres. A dirigente lembra que, durante a ditadura brasileira, as mulheres estavam à frente das mobilizações pela democracia e pelo retorno do voto direto para todos.
Movimento sufragista
O tema do direito das mulheres ao voto ganhou ainda mais força no início do século XX, a partir da militância política feminina na Grã-Bretanha (conquistado em 1918). Essa atuação organizada e estratégica inspirou outras mulheres no mundo todo. A internacionalização do movimento, conhecido como sufragista, favoreceu a conquista do voto feminino em diversos países.
O sucesso das sufragistas britânicas se emoldura em um movimento social mais amplo que já tinha levado a reconhecer o voto feminino na Nova Zelândia (1893), na Austrália (1902), na Finlândia (1906), na Noruega (1913) e na União Soviética (1917), e que logo seria imitado na Alemanha (1918) e nos Estados Unidos (1920).
No Brasil, a conquista do voto feminino teve participação decisiva da zoóloga Bertha Lutz (1894 – 1976). Ela fundou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, em 1922, iniciativa vinculada ao movimento sufragista internacional, principal tendência do feminismo no início do século 20. As outras reivindicações eram igualdade entre os sexos e independência da mulher. Em 1932, Bertha foi uma das duas mulheres nomeadas para integrar a comissão para elaborar o anteprojeto da nova Constituição – a outra foi a advogada Natércia da Cunha Silveira (1905 – 1993). Em 1936, Bertha (que era suplente) assumiu o mandato na Câmara dos Deputados.
Mulheres pioneiras
Antes mesmo de 1932, documentos históricos apontam que a professora Celina Guimarães foi a primeira eleitora brasileira. Celina requereu sua inclusão no rol de eleitores do município de Mossoró (RN), onde nasceu, em 1927, após a entrada em vigor da Lei Estadual nº 660, de 25 de outubro daquele ano, que tornava o Rio Grande do Norte o primeiro estado a estabelecer a não distinção de sexo para o exercício do voto.
A inscrição eleitoral de Celina repercutiu mundialmente, por se tratar não só da primeira eleitora do Brasil como também da América Latina.
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Já a primeira prefeita do país foi Alzira Soriano, eleita para comandar a cidade de Lajes (RN), com 60% dos votos.
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Tomou posse no cargo em 1º de janeiro de 1929. Em sua administração, promoveu a construção de estradas, mercados públicos municipais e a melhoria da iluminação pública. Com a Revolução de 1930, perdeu o mandato por não concordar com o governo de Getúlio Vargas.
A responsável pela indicação de Alzira como candidata à Prefeitura de Lajes foi a advogada feminista Bertha Lutz, que representou o movimento feminista na Comissão Elaboradora do Anteprojeto da Constituição de 1934. Candidata, em 1933, a uma vaga na Assembleia Nacional Constituinte de 1934, obteve a primeira suplência no pleito seguinte e assumiu o mandato de deputada na Câmara Federal em julho de 1936, em decorrência da morte do titular.
Bertha Lutz teve sua atuação como parlamentar marcada pela proposta de mudança na legislação referente ao trabalho da mulher e do menor.
Fontes: Associação de Docentes da Uni Rio, TSE, CTB, Seeb/PB, Agência Efe, Agência Estado e Prefeitura de Olinda (PE).