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sexta-feira, junho 6, 2025
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Nesta quinta-feira (5/6), às 9h30, todos ao ato unificado contra a fusão do Hospital Gaffrée e Guinle com o HFSE

O Sindsprev-RJ convoca os servidores da rede federal para ato conjunto com os trabalhadores do Hospital Universitáro Gaffrée e Guinle (HUGG), nesta quinta-feira (5 de junho). Com início previsto para as 9h30, o ato vai pressionar o Conselho Universitário (Consuni) e o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRIo) a rejeitarem a proposta de fusão do Gaffrée e Guinle com o Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE). O desta quinta (5/6) acontecerá no auditório Vera Janacópulos da UniRio (Av. Pasteur, 296 – Urca).

A mobilização é uma atuação conjunta do Sindsprev-RJ com a Associação dos Servidores da UniRIo (Asunirio), que desde o ano passado vêm lutando contra a fusão e extinção das duas unidades hospitalares. Se você é servidor ou servidora da rede federal de saúde, não deixe de comparecer e participar dessa mobilização que será decisiva para evitar a destruição dos dois hospitais.

Ampla maioria dos servidores do HFSE rejeita fusão com o HUGG

A fusão com o Gaffrée e Guinle foi amplamente rejeitada pelos trabalhadores efetivos, cedidos e CTUs que, de 25 a 29 de novembro do ano passado, participaram de plebiscito realizado no Hospital Federal dos Servidores (HFSE). Organizado pelo Sindsprev-RJ, com urnas fixas e itinerantes, o plebiscito confirmou o amplo repúdio dos servidores do HFSE à fusão e posterior extinção dos dois hospitais. Pelos votos apurados naquele plebiscito, a rejeição à proposta do governo obteve 1.468 votos, contra apenas 62 votos favoráveis à fusão.

Em termos percentuais, a rejeição da comunidade hospitalar do HFSE à proposta do governo significou 94,9% dos votos, uma vitória maciça dos trabalhadores e trabalhadoras que sempre compreenderam a decisiva importância de manter o HFSE existindo e sob gestão direta do Ministério da Saúde, sem a presença de corpos estranhos, como a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Plebiscito na UniRio também mostrou rejeição à proposta do governo

A exemplo do ocorrido ano passado no HFSE, de 26 a 28 de maio deste ano foi a vez de os trabalhadores do Hospital Universitáro Gaffrée e Guinle (HUGG) também rejeitarem a proposta de fusão das duas unidades. Do plebiscito participaram trabalhadores da Ebserh, terceirizados, servidores concursados, usuários do SUS e parte dos estudantes. Organizada pela Asunirio, a consulta constatou a ampla rejeição da comunidade universitária do HUGG à proposta de fusão. Mais de 98% dos 2009 votantes do plebiscito disseram não à política do governo Lula (PT), que pretende extinguir os dois hospitais. Na UniRio, apenas a reitoria governista apoia a fusão do Gaffrée com o Hospital Federal dos Servidores (HFSE).

Para a Asunirio, o resultado demonstrou o forte compromisso da comunidade universitária com a defesa da saúde pública, da autonomia universitária e da qualidade no atendimento. Demonstrou também “a importância por um HUGG público, fortalecido, com financiamento adequado e respeito à sua função enquanto hospital universitário estratégico para a formação em saúde e o atendimento à população”, disse a entidade logo após a apuração dos votos.

Modelo de gestão da Ebserh é sinônimo de caos e precarização

A intenção do governo Lula (PT) é, a partir da fusão do HUGG com o HFSE, criar um hospital universitário sob gestão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Criada em 15 de dezembro de 2011 por meio da Lei nº 12.550, durante o primeiro governo Dilma (PT), a Ebserh é vinculada ao Ministério da Educação e surgiu como o órgão responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), criado em 2010 por meio do Decreto nº 7.082, de 27 de janeiro.

O modelo e as práticas de gestão da Ebserh são desde então muito questionados por trabalhadores das unidades hospitalares sob responsabilidade da empresa. O que ficou evidenciado em reportagem publicada em setembro do ano passado pelo jornal do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Sintufrj). Segundo a reportagem, as três unidades da UFRJ administradas pela Ebserh — Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) e a Maternidade Escola (ME) — estão em estado de precariedade. Uma situação marcada por desabastecimento de insumos (como seringas, equipo para soro, cateter intravenoso e medicamentos) e a demissão de mil profissionais extraquadro, muitos deles com mais de 15 anos de casa.

Quanto aos servidores estatutários — regidos pelo RJU —, a situação é de extrema insegurança e sobrecarga, uma vez que não houve qualquer previsão de recomposição da força de trabalho após a demissão dos extraquadros pelos gestores da Ebserh. Outra grave denúncia feita em 2024 foi quanto à possibilidade de fechamento definitivo do Serviço de Saúde do Trabalhador no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF).

A Ebserh também é a atual gestora do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), onde o dia a dia tem sido marcado por graves problemas, como a falta de insumos e de medicamentos nos ambulatórios e centros cirúrgicos, segundo denúncia da Asunirio. Um caos que se repete como padrão nas unidades sob gestão da empresa.

É este modelo de precarização que o governo Lula (PT) pretende continuar aplicando na saúde e também no processo de fusão do HUGG com o HFSE. É preciso rejeitar mais este ataque brutal aos princípios do SUS. Nesta quinta-feira (5/6), todos ao ato unificado na UniRio.

Informativo do Sintufrj publicado em 2024 com denúncias da caótica gestão da Ebserh nos hospitais da UFRJ.

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