Servidores da rede federal e do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG) fazem ato unificado nesta quinta-feira (24/10), a partir das 8h, em frente ao Gaffrée (na rua Mariz e Barros, 775 – Tijuca). Organizada pela Associação dos Funcionários da UniRio, com participação do Sindsprev/RJ, a manifestação será em repúdio à intenção do Ministério da Saúde de promover a fusão do Hospital Gaffrée e Guinle com o Hospital Federal dos Servidores (HFSE). O objetivo do Ministério é que, após a fusão dos dois hospitais, a unidade de saúde resultante seja entregue à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
O ato unificado dos servidores foi marcado para esta quinta-feira (24) porque é nesta data que o Ministério da Saúde pretende assinar um “termo de cooperação” com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) para viabilizar a fusão do Gaffrée e Guinle com o HFSE.
Lula (PT) e Nísia Trindade querem fatiar a rede federal de saúde
O ataque ao Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE) é mais uma absurda iniciativa do governo Lula (PT) e sua ministra da saúde, Nísia Trindade, no sentido de fatiar e desmontar a rede federal de saúde do Rio. Uma política cujo primeiro passo começou a ser dado na entrega do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) ao Grupo Empresarial Conceição. Entrega feita por meio de brutal repressão ordenada pelo governo Lula (PT) contra os servidores e servidoras da saúde que, desde o início de outubro, lutavam e resistiam contra a entrega do HFB ao Grupo Conceição.
Já não é a primeira vez que servidores da rede federal e do Gaffrée e Guinle atuam de forma conjunta para combater a proposta de fusão dos dois hospitais (HUGG e HFSE). Em 1º de agosto deste ano, uma passeata pelas principais ruas da Tijuca marcou a ampliação da luta contra a gestão terceirizada de hospitais públicos federais pela Ebserh.
Hospitais sob gestão da Ebserh estão desabastecidos e precarizados
Como muitos outros hospitais universitários, o Gaffrée e Guinle foi terceirizado pelo governo federal, passando a ser administrado pela Ebserh. O resultado é que, atualmente, o Gaffrée enfrenta enormes precariedades, como falta de recursos, medicamentos, leitos fechados e problemas graves em sua estrutura física.
O Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), o Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) e a Maternidade Escola (ME) — todos ligados à UFRJ — também são exemplos de unidades transformadas num absoluto caos após serem entregues aos cuidados da Ebserh. Segundo reportagem publicada em setembro deste ano pelo jornal do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Sintufrj), nas três unidades a situação é de desabastecimento de insumos (como seringas, equipo para soro, cateter intravenoso e medicamentos), realização de obras desnecessárias e demissão de profissionais extraquadro. Quanto aos servidores estatutários das três unidades, a situação é de extrema insegurança e sobrecarga, uma vez que não há qualquer previsão de recomposição da força de trabalho após a demissão dos extraquadros pelos gestores da Ebserh.