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sábado, novembro 23, 2024
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Negros e negras são quase 87% das pessoas mortas por policiais no Rio de Janeiro

Publicada na última quinta-feira (16/11) pela Rede de Observatórios da Segurança e do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), a pesquisa intitulada ‘Pele Alvo: a bala não erra o negro’ mostra que eram negras 86,98% das pessoas mortas por policiais no Rio de Janeiro em 2022. O estudo também analisou as estatísticas de letalidade policial dos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí e São Paulo. Em termos nacionais, o Rio de Janeiro ocupou o segundo lugar no ranking de pessoas mortas pela polícia no ano passado: 1.330. Em primeiro lugar ficou a Bahia, com 1.465 vítimas. No Estado do Rio, além da capital, as cidades com maior número de ações letais da polícia foram, em 2022, os municípios de São Gonçalo e Duque de Caxias.

Em declaração ao jornal O Globo, o pesquisador Jonas Pacheco, da Rede de Observatórios da Segurança, estabeleceu uma relação entre o racismo e a maior letalidade das ações policiais envolvendo pessoas negras. “A gente precisa ter em mente que os negros não morrem mais só porque são maioria nos territórios onde as operações acontecem. A letalidade e a abordagem da polícia nas favelas não é a mesma em locais de classe média ou alta. Existe a escolha de ser ostensivo e violento nos lugares de maior vulnerabilidade social que, historicamente, são ocupados por pessoas negras”, explicou.

Dirigente da Secretaria de Gênero, Raça e Etnia do Sindsprev/RJ, o servidor Osvaldo Mendes comentou os espantosos números do estudo. “Lamentavelmente, a pesquisa confirma o que a maioria dos negros e negras brasileiros sofrem todos os dias quando são abordados pelas polícias e outros agentes do Estado brasileiro. Se não entendermos que nós, negros e negras, temos de lutar contra o Estado brasileiro, não conseguiremos avançar. Precisamos de um projeto para mudar o caráter do Estado, que vem de uma herança da escravidão, uma herança racista que sempre visou o extermínio de nosso povo por meio do genocídio continuado”, afirmou.

 

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