Assembleia dos servidores da rede federal ocorrida na tarde deste sábado (19/10) — por meios virtuais — deliberou pela realização de um grande ato público unificado na próxima segunda-feira (21/10), a partir das 9h, em frente à entrada principal do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB). A manifestação será em repúdio à covarde ação repressiva das polícias federal e militar do Rio que, na manhã e tarde deste sábado (19), atacou servidores e servidoras que resistiam à entrega da gestão do HFB ao Grupo Hospitalar Conceição (GHC). Ação que, de tão truculenta e selvagem, resultou na arbitrária prisão de Cristiane Gerardo, dirigente do Sindsprev/RJ.
“Companheiros e companheiras, queria agradecer a solidariedade de todos e dizer que continuaremos resistindo na luta em defesa da saúde pública. Minha prisão foi totalmente arbitrária, por ordem de uma ministra negligente e omissa que chamou a Polícia Federal, o Batalhão de Choque e o Caveirão para reprimir servidoras idosas que lutavam contra a privatização e o desvio de recursos públicos”, afirmou Cristiane, ao deixar a Delegacia da Polícia Federal da Praça Mauá, para onde fora levada após sua detenção.
Em Nota divulgada logo após os lamentáveis acontecimentos, a diretoria colegiada do Sindsprev/RJ repudiou a ação repressiva orquestrada por Lula e Nísia, lembrando o quanto tal medida aproxima o atual governo das práticas covardes, autoritárias, truculentas e patronais vigentes na gestão Bolsonaro.
Na segunda-feira (21), todos à entrada principal do HFB, a partir das 9h da manhã.
Ilegalidades no Processo Seletivo do Grupo Conceição
Na última sexta (18/10), representantes do Sindsprev/RJ protocolaram, na Defensoria Pública da União (DPU), denúncia sobre ilegalidades contidas no Edital de Processo Seletivo Simplificado para contratação de pessoal pelo Grupo Conceição no Hospital Federal de Bonsucesso, conforme o previsto na Portaria nº GM/MS 5.514, do Ministério da Saúde. O texto do referido Edital veda a participação de mulheres grávidas e puérperas. Restrição arbitrária que representa um ataque direto aos direitos das mulheres e configura uma grave violação dos princípios constitucionais da igualdade e da não discriminação.
A denúncia apresentada na DPU também foi encaminhada à pessoa de Aparecida Gonçalves, ministra de Estado das Mulheres. No documento protocolado pelo Sindsprev/RJ e outras entidades sindicais, destaca-se que a justificativa apresentada para a vedação de grávidas e puérperas – “por se tratar de processo seletivo simplificado para contratação temporária de início imediato” – ignora o fato de que muitas dessas trabalhadoras já atuam há anos na rede federal. E que, para elas, tal exclusão significa a ameaça de desligamento e a imposição de uma única alternativa: a saída do emprego.