Servidores do Hospital Federal do Andaraí (HFA) fazem manifestação no próximo dia 7 de abril por vacinação de todos os profissionais de saúde e em repúdio à intenção do governo Bolsonaro de estadualizar as unidades da rede federal. Prevista para acontecer às 13h, em frente à Casa Rosa (sede da direção), a manifestação também vai cobrar a imediata recontratação dos profissionais demitidos na rede federal. Anteriormente agendada para 1º de abril, a manifestação foi remarcada para 7/4 em razão do feriadão decretado para esta semana e à ausência de funcionamento regular das atividades da direção do Hospital do Andaraí.
Em decisão proferira nesta quinta-feira (25/3), a 23ª Vara Federal do Rio expediu liminar determinando a reintegração de todos os trabalhadores demitidos imotivadamente desde 11 de março de 2020 na rede federal do Rio. A Justiça estabeleceu um prazo de 10 dias para que o governo federal cumpra a decisão. Este, contudo, é mais uma razão para os servidores exijam a imediata recontratação dos demitidos.
O ato do dia 7 de abril também vai acontecer porque a direção-geral do Hospital Federal do Andaraí não respondeu aos questionamentos e reivindicações apresentadas pelos servidores da unidade após a assembleia realizada dia 23/4. Entre outros pontos, os servidores cobraram o imediato retorno da vacinação e a apresentação de um cronograma com previsão de datas para cumprir tal finalidade.
Um dos motes da manifestação do dia 1º de abril será: ‘Estado, Rede D’Or e Ordem Terceira’, aqui no Andaraí vocês não entram’. A frase é uma alusão à participação dos grupos privados D’Or e Ordem Terceira no processo de estadualização da rede federal pretendida pelo Ministério da Saúde em parceria com o governador bolsonarista do Rio, Claudio Castro.
Para os servidores do Andaraí, o governo Bolsonaro está se aproveitando da pandemia da covid para ‘passar a boiada’, ou seja, abrir caminho à privatização da rede federal por meio da estadualização. É uma chantagem feita em nome da suposta “abertura de leitos”, omitindo que a causa do fechamento e da interdição de centenas de leitos foi a demissão em massa de profissionais contratados. Demissão que, de forma perversa, o próprio Ministério da Saúde efetuou nos últimos meses.
Para abrir novos leitos, não é necessário estadualizar nenhuma unidade federal de saúde. É preciso, antes de tudo, recontratar todos os demitidos, fazer concurso público e valorizar os profissionais de saúde. Coisas que os governos Bolsonaro e Castro não querem fazer.