Em conjunto com a CTB-RJ e o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Saneamento Básico e Meio Ambiente do Rio de Janeiro e Região (Sintsama-RJ), o Sindsprev-RJ convoca os servidores da rede federal a participarem de ato público na segunda-feira (9/6), a partir das 9h, na entrada do Hospital Federal do Andaraí (HFA).

O ato será um repúdio ao tratamento desumano praticado pelo município do Rio no Hospital do Andaraí, onde o mais recente absurdo foi a interrupção no fornecimento de água potável para os trabalhadores da unidade. Durante a manifestação, a CTB-RJ, o Sintsama-RJ e o Sindsprev-RJ vão distribuir água aos trabalhadores.

A interrupção no fornecimento de água potável aos setores do HFA foi ocasionada pelo encerramento do contrato com a empresa São Geraldo, anteriormente responsável por esse serviço. Isto porque o novo contrato — celebrado com a empresa Agile — prevê que o fornecimento de água potável será feito apenas em um filtro localizado no refeitório do hospital, e não mais em galões de água localizados nos setores fechados e andares do HFA, como ocorria anteriormente. O fornecimento de água potável num único ponto do hospital é inviável não somente por obrigar servidores a se deslocarem ao refeitório, mas também pela grande demanda dos inúmeros setores que compõem o HFA. Problema que tende a se agravar durante o calorento verão carioca.

Trabalhadores lotados no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do HFA denunciaram ao Sindsprev-RJ que já estão racionando a água de servidores e pacientes. “Os servidores do Centro de Material de Esterilização (CME), a maioria deles idosos, estão sendo obrigados a buscar água para seu próprio consumo no Centro de Estudos, que só funciona até as 19h. Assim, os trabalhadores do CME ficam 12 horas sem possibilidade de consumir água”, criticou Heloísa Fonseca, servidora lotada no HFA e dirigente do Sindsprev-RJ.

No Centro de Nutrição, a dieta dos pacientes está prejudicada porque, no momento, só é possível fornecer 1 copo d´água de 200ml por refeição. Considerando que são 6 refeições diárias, isto equivale a apenas 1.200 ml de água. Antes de o município assumir a gestão do HFA, o fornecimento mínimo era de 2 copos de água por refeição. Outra denúncia é que, nos filtros de parede dos setores do hospital, a validade está vencida. Até o momento, a administração do Hospital do Andaraí não tomou qualquer providência para mitigar os problemas.

“É inconcebível este tipo de tratamento dispensado pelo município do Rio aos trabalhadores e trabalhadoras do Andaraí. A precariedade que acontece hoje no HFA é um retrato da situação em outras unidades da rede já fatiadas pelo Ministério da Saúde, como os hospitais Cardoso Fontes e de Bonsucesso. Há dois dias que os trabalhadores do Andaraí estão sem água nos bebedouros, que já começaram a ser recolhidos pelo município do Rio. É uma grande desumanidade. Não aceitamos esta situação. Na segunda-feira, todos ao ato no hospital”, convocou Maria Isabel Mariano, dirigente do Sindsprev-RJ.