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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Mudança de presidente do Banco do Brasil não altera objetivo de Bolsonaro de privatizá-lo

A troca de presidente do Banco do Brasil, concretizada no dia 1º deste mês, com a posse de Fausto Ribeiro (foto), não muda o plano do governo de privatizar o maior banco público do país. Funcionário de carreira, Ribeiro substitui  André Brandão, que antes foi chefe global do HSBC para as Américas. Para Rita Mota, diretora do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB), com Brandão, a disposição de vender ficava mais evidenciada, mas seu substituto é alinhado ao governo, que tem na privatização, não só do BB, mas de outras estatais, um item fundamental do seu projeto político.

A mudança teve caráter eleitoral. Bolsonaro vazou para a imprensa a informação de que teria se sentido incomodado com o plano de reestruturação anunciado em 11 de janeiro por Brandão, apesar de ter conhecimento prévio e autorizado a sua implantação. O plano fechou, em pela pandemia, 361 agências, postos de atendimento e escritórios de negócios, além de demitir de forma incentivada 5.

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500 funcionários, enxugando a estrutura da estatal para baratear a venda, sendo uma preparação da privatização. Houve reclamações, inclusive de deputados bolsonaristas, devido ao fechamento de agências em cidades administradas por prefeitos ligados a eles e onde o BB era o único banco presente.

O desgaste foi maior ainda devido à campanha feita pelo funcionalismo do banco, com paralisações nacionais e a possibilidade de uma greve por tempo indeterminado. Também houve pressão de parlamentares da oposição e até mesmo de setores da economia aliados ao governo, como o agronegócio, um dos que mais recebem financiamentos do BB.
Bolsonaro sentiu o peso do desgaste e colocou a responsabilidade pelo desmonte sobre as costas de Brandão, a quem passou a ‘fritar’ publicamente, até que anunciasse que sairia do cargo em 1º de abril.

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De olho nas eleições do próximo ano, colocou em seu lugar um funcionário de carreira, mas alinhado à sua política de privatização, porém, de forma menos evidente.

Cortina de fumaça

Em carta aos funcionários no dia de sua posse, Ribeiro usou um discurso ambíguo, afirmando que o banco ‘é de todo o Brasil’, mas defendendo a continuidade do desmonte da estrutura do banco, através da venda do que chamou de ‘atividades não essenciais’ do BB, seguindo a linha de seus antecessores. Desta forma, mostrou ao setor financeiro privado que vai manter a política já colocada em prática em outras estatais na mira de privatização.

Para Rita Mota, a privatização do banco não é um processo fácil nem rápido. “Nem entre os apoiadores de Bolsonaro. Enfrenta resistências dentro do próprio governo. O BB é um grande financiador do agronegócio, é estratégico, tem uma rede de agências presente em todo o país, mesmo em cidades do interior que não interessam aos bancos privados porque não dão retorno imediato”, exemplificou. Mas advertiu que a continuidade das ações de preparação da privatização, como o anúncio da alienação de mais ativos, mostram que o governo mantém firme o seu objetivo.

“O governo Bolsonaro está comprometido. A privatização é parte de um projeto para atender ao setor financeiro nacional e internacional.

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O BB e as demais estatais despertam a cobiça e a ganância do setor privado. A partir desta demanda, o governo vai criando uma série de justificativas, como a de que a venda seria feita como parte de um ajuste fiscal, por exemplo”, argumentou. Acrescentou que esta justificativa não tem o menor sentido, já que as estatais colocadas à venda são extremamente lucrativas e, desta forma, capitalizam o Estado, aumentando a receita pública. “Além do que, os preços de venda são absurdos, muito abaixo do que estas gigantes valem”, afirmou.

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