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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Mídia faz jogo de Bolsonaro e ataca a campanha dos servidores públicos

Além de enfrentar a intransigência e o descaso do governo Jair Bolsonaro, os servidores públicos (federais, dos estados e prefeituras) estão sendo submetidos a um verdadeiro boicote por grande parte da mídia empresarial. Diariamente são feitas matérias atacando a campanha nacional da categoria, tentando desqualificar suas reivindicações – além do reajuste emergencial de 19,9%, concurso público imediato, condições dignas de trabalho e atendimento à população e o fim do teto do Orçamento, entre outras.

Textos são feitos, tentando passar a ideia de que os servidores ganham salários exorbitantes, muitas das vezes sendo colocado no título o valor de R$ 31 mil como se fosse essa a remuneração de toda a categoria, só informando na matéria que não é bem assim. A explicação para este posicionamento é o compromisso da imprensa empresarial brasileira com o projeto do governo de cortar direitos dos trabalhadores de uma forma geral, dos servidores em particular, cortar recursos com o custeio, inclusive salários, sucateando a máquina pública.

Com estes cortes, a verba é direcionada para pagar os bancos. O mau funcionamento dos serviços passa a ser a arma para justificar privatizações entregando o setor a grupos privados, como acontece com as empresas estatais.

Verdade é sonegada

A mídia raramente diz a verdade sobre os servidores públicos e sua campanha salarial. Não informa que a categoria tem perdas acumuladas em função da inflação de cerca de 50%. Este índice é referente aos federais sem reajuste desde 2017 e amargando perdas desde 2011, acumulando uma defasagem salarial de, ao menos, 49,28%, segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Diesse).

No caso dos servidores dos estados e prefeituras as perdas podem ser ainda maiores.
A mídia trata com má vontade a reivindicação do reajuste emergencial reivindicado de 19,9%, dando a entender que é alto demais. Mas este índice não repõe as perdas totais acumuladas, sendo referente, apenas, à inflação de três anos do governo de Jair Bolsonaro, conforme o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA/IBGE).

Imprensa no mundo a Lua

Trata os servidores públicos como se vivessem num mundo e num país à parte, sem inflação corroendo os salários, como se houvesse servidores demais e os serviços prestados à população não sofressem com a não realização de concurso público, com os seguidos cortes orçamentários e com o criminoso teto de gastos. É necessário lembrar, ainda, que o reajuste reivindicado é mais urgente ainda devido à disparada dos preços: nos últimos 12 meses, a inflação foi de 11,30%, acima dos 10,54% observados nos 12 meses imediatamente anteriores, segundo o IBGE. E que esta perda tem que ser reposta, não só aos trabalhadores do setor privado.

E que a situação vai se agravar devido a inúmeros motivos, como a insistência de Bolsonaro em usar o inútil remédio de aumentar a Selic para controlar a inflação. Tanto é verdade que, puxado pela disparada dos preços dos combustíveis, o IPCA, considerada a inflação oficial do país, acelerou para 1,62% em março, após alta de 1,01% em fevereiro, segundo divulgou nesta sexta-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

É a maior taxa para meses de março desde 1994. Ou seja, em 28 anos, antes da implantação do Plano Real. É também a maior inflação mensal desde janeiro 2003 (2,25%). A alta foi puxada principalmente pelos preços dos combustíveis, em especial, o da gasolina (6,95%), subirem com maior impacto individual (0,44 ponto percentual) no índice do mês.
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Em 12 meses, a gasolina acumula alta de 27,48%.

Também houve aumento preços forte no gás de botijão (6,57%), gás veicular (5,29%), etanol (3,02%) e óleo diesel (13,65%), que passou a acumular salto de 46,47% em 12 meses.
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A alta de 2,42% no grupo de alimentos e bebidas foi a maior desde novembro de 2020 (2,54%). A maior pressão no mês veio da disparada do preço do tomate (27,22%). Além disso, pesaram itens como cenoura (31,47%), que acumula alta de 166,17% em 12 meses, leite longa vida (9,34%), óleo de soja (8,99%), frutas (6,39%) e pão francês (2,97%).
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Reposição é exigência constitucional

Outro “erro” da mídia é esquecer que a reposição dos servidores é exigência constitucional, sendo, portanto, uma obrigação do governo. O 1º Tesoureiro do ANDES-Sindicato Nacional, Amauri Fragoso de Medeiros, explica que o reajuste é baseado no artigo 37, inciso 10 da Constituição Federal, o qual diz que os salários dos servidores públicos precisam ter revisão anual.

“Esse artigo da Constituição tem sido jogado no lixo desde sua promulgação. Todos os governos que passaram tentaram de certa forma desvirtuar essa interpretação e passaram a conceder aos servidores públicos reestruturação de carreiras ao invés de um índice linear, afirmou.

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