Reunido por meios virtuais, o Comando Nacional da Greve Sanitária do INSS, organizado pela Fenasps (federação nacional), avaliou neste final de semana os desafios da atual conjuntura enfrentados pelos servidores da Previdência e pelo conjunto do funcionalismo.

Em relação à greve sanitária no INSS, o Comando decidiu que a Fenasps, com apoio dos sindicatos estaduais, produza denúncia sobre os cargos de gestão da autarquia que estão se aproveitando da pandemia de covid para realizar atividades previstas no pagamento do Bônus de Desempenho Institucional por Análise de Benefícios com Indícios de Irregularidade (BMOB). Outra deliberação foi de orientar os sindicatos a fazerem, nos estados, uma real avaliação do atual quadro da greve para então decidir sobre sua continuidade ou suspensão.

Como é sabido, o governo Bolsonaro, com apoio de toda a mídia empresarial do país, vem promovendo uma infame campanha de criminalização dos servidores do INSS, buscando jogar os segurados e a população brasileira contra os trabalhadores da autarquia.

O caso dos médicos peritos, por exemplo, foi apenas a ponta do iceberg de uma campanha de desmoralização do INSS que tem, como objetivo estratégico, preparar o terreno para a privatização de suas funções.

A feroz e criminosa campanha do governo e das mídias empresariais contra a greve sanitária do INSS enquadra-se no espírito da reforma administrativa (PEC nº 32/2020) recém-enviada ao Congresso Nacional. Reforma que acaba com o Regime Jurídico Único (RJU) do funcionalismo público das três esferas (federal, estadual e municipal), impõe um arrocho salarial sem precedentes, extingue a possibilidade de progressão nas carreiras e desmonta o conceito de seguridade social no âmbito do estado brasileiro.

Por isso que uma das deliberações centrais da reunião virtual do Comando Nacional da Greve Sanitária do INSS foi reforçar as convocações lançadas pelo Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Federais (Fonasefe) para as mobilizações desta quarta-feira (30/9), dia nacional de luta contra a reforma administrativa, que terá atos públicos unificados (presenciais) em várias capitais brasileiras.

O Comando também encaminhou proposta para que a Fenasps realize sua próxima plenária nacional no dia 4/10, tendo como pautas a greve sanitária do INSS e a imposição de produtividade no serviço público.