Encarnando o espírito dos imperadores romanos, numa atitude de total desvario, arrogância e prepotência Jair Bolsonaro condecorou a si mesmo com o título de grão-mestre da Ordem Nacional do Mérito Científico. A honraria é reservada apenas a “personalidades nacionais e estrangeiras que se distinguiram por suas relevantes contribuições prestadas à Ciência, à Tecnologia e à Inovação”, o que, evidentemente, não é o seu caso, já que nega a ciência, corta investimentos no setor de ciência e tecnologia, na educação, na cultura, tendo, durante toda a pandemia, boicotado as normas de prevenção, a compra de vacinas e receitado, o uso de medicamentos ineficazes contra a doença.

O decreto foi publicado nesta quinta-feira (4) no Diário Oficial da União (DOU). O documento também condecora os ministros Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações), Carlos França (Relações Internacionais), Paulo Guedes (Economia) e Milton Ribeiro (Educação).

A homenagem a si próprio e aos seus cúmplices na destruição do país e no seu isolamento e vergonha mundial, acontece pouco após a CPI da Covid indiciá-lo por nove crimes: crime contra a humanidade e crime de responsabilidade, epidemia com resultado morte; charlatanismo; incitação ao crime; falsificação de documento particular; emprego irregular de verbas públicas, infração de medida sanitária preventiva e prevaricação. Também não se vacinou contra a covid-19, defende rotineiramente medicamentos com ineficácia comprovada para o tratamento da doença, e não costuma usar máscara de proteção mesmo em aglomerações.
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Negou-se a participar da conferência do clima a COP 26, na Europa, para se negar a assinar um acordo com medidas para reduzir o aquecimento global, já que em seu governo, o desmatamento da Floresta Amazônia só aumentou. Além disso, este ano, o principal órgão de financiamento de pesquisas do Brasil, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) registrou o menor orçamento dos últimos 20 anos.

Bolsonero

Enquanto se homenageia, passeia pela Europa, ao mesmo tempo em que o país afunda em uma de suas piores crises econômicas, sociais e políticas provocadas por iniciativas do seu governo. Debocha dos mais de 600 mil mortos pela pandemia, incentiva o desmatamento e a invasão de reservas indígenas, fez disparar o desemprego, a inflação e a fome.
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Há quem comparece as suas atitudes e do ex-imperador romano Nero.

Em 8 de outubro do ano passado, por este motivo, Bolsonaro ganhou uma estátua que foi colocada no Pantanal, bioma que está sendo consumido pelo fogo das queimadas. A “homenagem” ao capitão da reserva o associa a Nero, imperador de Roma que, no ano 64 d.C, teria ficado tocando harpa enquanto o império era destruído pelo que ficou conhecido como “O Grande Incêndio de Roma”.
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Há teorias, inclusive, que apontam que Nero tenha provocado o incêndio para refundar a cidade aos seus moldes.

A estátua de Bolsonaro que foi colocada no Pantanal é uma peça feita a partir de uma impressora 3D. Ela leva a harpa em referência a Nero e um manto que faz referência à pele da onça-pintada, um dos animais símbolos do bioma. A “homenagem” já foi apelidada nas redes de “BolsoNero”.