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quinta-feira, novembro 21, 2024
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HFB tem cenário de guerra com repressão da polícia e resistência dos servidores

Como se não bastasse a truculência praticada por dezenas de policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar, no último sábado (19/10), em frente ao Hospital Federal de Bonsucesso, contra os servidores que protestavam em oposição à entrada do Grupo Empresarial Conceição no hospital e ao fatiamento da rede federal de Saúde, no Rio de Janeiro, o cenário desta segunda-feira (21/10) parecia de guerra. Veículos blindados, caveirões e vans do Batalhão de Choque, invadiram a rua do hospital para reprimir qualquer ação dos funcionários. Não tiveram êxito.

O protesto e a resistência foram mantidos. O número de servidores triplicou em relação aos outros dias e contou ainda com a presença de entidades e funcionários de outras instituições.

Sidney Castro, dirigente do Sindsprev-RJ, destacou que a categoria não vai desistir da sua luta contra a entrega do Hospital Federal de Bonsucesso. Segundo ele, as manifestações são em repúdio às ações do Ministério da Saúde que não abriu um processo de diálogo com a categoria. Pelo contrário. Sidney Castro lembrou da atitude arbitrária e truculenta que aconteceu no último sábado.

“A truculência da polícia contra os servidores e a ação arbitrária de prender uma diretora do Sindsprev-RJ foi de responsabilidade da ministra Nísia Trindade e do senhor Nilton Pereira , subsecretário do Ministério da Saúde, que estava presente, junto com o governo federal. A classe de trabalhadores está realizando um movimento pacífico em defesa do SUS. Dizer que esta empresa é para defender o SUS, a gente sabe que não é. Vamos continuar a nossa resistência, continuar a nossa luta. Vamos fazer um calendário de luta das atividades que serão realizadas aqui no Rio de Janeiro. No período do G20, vamos nos organizar para mostrar para a população o que o governo Lula está fazendo no estado do Rio de janeiro, em especial na saúde federal”, criticou.

Policiais do Batalhão de Choque chegam para reprimir protesto dos servidores. Foto: Mayara Alves

Sidney Castro acrescentou ainda que a ministra Nísia Trindade é a maior decepção da história do ministério da Saúde.

“Ela poderia ser a primeira mulher a entrar para a história se valorizasse o SUS. Mas é a primeira mulher a estar fazendo a destruição do SUS. O Sindsprev está de parabéns por unificar a luta. Várias entidades entenderam o significado da nossa missão. Vamos continuar denunciando. O servidor do hospital não pode ficar de cabeça baixa. Vamos estar aqui tentando dialogar e defender o direito de todos os trabalhadores dos hospitais federais. O Hospital Federal de Bonsucesso é o início do que eles querem fazer com a própria rede: destruir o SUS e entregar o Sistema Único de Saúde para o capital privado. O que nos queremos é que nenhum servidor seja assediado, perseguido, que garanta as 30 horas e a troca de plantão. Porque isso é normal dentro de uma rede federal . Estamos aqui dialogando, mas continuaremos com a resistência”, frisou.

Servidores rasgam camisa de apoio ao Governo Lula. Foto: Mayara Alves

A deputada estadual Enfermeira Rejane elogiou a resistência dos servidores do Hospital Federal de Bonsucesso, comparando a luta contra a entrada do Grupo Empresarial Conceição na unidade ao que ocorreu, recentemente, no município do Rio de Janeiro, que entregou seus hospitais às Organizações Sociais (OS).

“Essa é uma luta de anos. Vários dos que estão aqui lutaram naquela época para que isso não ocorresse. Vimos todas as unidades do Rio de Janeiro serem privatizadas, além do que foi feito com os trabalhadores daquela rede. Agora, estamos vendo isso acontecer no único espaço que tínhamos de resistência, que são as unidades federais. Não podemos aceitar que essa unidades, que são frutos do nosso suor, sejam entregues para a iniciativa privada assim”, comentou.

A deputada alertou sobre o que está sendo oferecido aos servidores do Hospital Federal de Bonsucesso.

“Alguns deputados falam que o Grupo Conceição é uma sociedade pública. Só que ela é de economia privada. O que está sendo proposto aos trabalhadores do SUS é um contrato seletista. Que é a privatização da área da saúde. Se isso não for privatização, eu não sei o que é”, alertou.

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