Reunido na tarde desta quinta-feira (13/3), o Grupo de Trabalho (GT) de saúde do trabalhador e da trabalhadora do Sindsprev/RJ aprovou importantes encaminhamentos. A reunião aconteceu no auditório térreo do sindicato, com participação de servidores e dirigentes do sindicato e do Departamento de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora do Sindsprev-RJ (DPSATT).
O primeiro encaminhamento aprovado foi que o Departamento de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora do Sindsprev-RJ (DPSATT) convide o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) regional do Rio de Janeiro para participar de visitas aos locais de trabalho dos servidores da seguridade (Saúde) e do seguro social (INSS). O objetivo é que, além de fiscalizar as condições dos ambientes de trabalho, o DPSATT-Sindsprev-RJ e o Cerest conversem com os servidores sobre a necessidade de prevenção do adoecimento. O que supõe identificar os fatores dos ambientes laborais que representem ameaça (real ou potencial) à saúde dos trabalhadores. Os cerests são articulados à Rede de Atenção à Saúde (RAS) e desenvolvem ações de assistência especializada e vigilância em saúde do trabalhador. A meta é reduzir a morbimortalidade entre os trabalhadores.
Outro encaminhamento da reunião do GT foi no sentido de que o Sindsprev-RJ promova uma Conferência Livre, no auditório do sindicato, com o objetivo de preparar a participação dos servidores da base do sindicato na 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, que acontecerá de 18 a 21 de agosto deste ano. As conferências livres deverão ser realizadas até 30 de abril e estão previstas no regulamento geral da 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. Para a Conferência Livre promovida pelo Sindsprev-RJ, o GT propôs que a Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (CISTT) seja formalmente convidada a participar. Estabelecida pela Lei Orgãnica da Saúde (Lei 8080, de 1990), a CISTT visa assessorar os conselhos de saúde em questões relacionadas à saúde ocupacional.
“Nosso foco é basicamente na prevenção do adoecimento e na necessidade de conscientizar os trabalhadores sobre o fato de que não adianta só pensar em receber adicionais de insalubridade ou periculosidade e continuar exercendo atividades em ambientes precários e com reais ameaças à saúde. Infelizmente, as condições de trabalho ainda são muito insalubres não apenas entre os guardas e agentes de combate às endemias, mas também entre os servidores dos hospitais federais e do INSS, onde recentemente o Sindsprev-RJ denunciou a precariedade das agências do instituto”, explicou Marcos Rogerio, membro do DPSATT-Sindsprev-RJ.
Dirigente do Sindsprev-RJ e servidora da saúde federal lotada em Niterói, Maria Ivone Suppo reforçou a concepção com foco na prevenção do adoecimento entre todos os trabalhadores da base do sindicato. “Um departamento de saúde do trabalhador e da trabalhadora tem que ter participação de todos os servidores da seguridade e do seguro social. No entanto, se hoje isto não acontece, não é culpa do Departamento, mas sim o resultado da falta de consciência crítica dos próprios trabalhadores sobre questões relacionadas a saúde e adoecimento. Nesse sentido, acho muito importante discutirmos a possibilidade de transformar o atual DPSATT em uma Secretaria de Saúde do Trabalhador do Sindsprev-RJ”, disse.
“Devemos buscar a máxima ampliação possível deste debate sobre prevenção do adoecimento e mostrar aos trabalhadores que as preocupações com saúde não podem ser tratadas como um tema secundário. Afinal de contas, trata-se de defender a vida dos próprios trabalhadores”, completou Sebastião José de Souza, também dirigente do Sindsprev-RJ lotado em Niterói.
Servidor da Vigilância em Saúde, Mardones da Costa criticou a forma de atuação dos sindicatos brasileiros nas questões relacionadas à saúde dos trabalhadores. “Infelizmente, a maioria do movimento sindical se limita a ficar no campo das denúncias, por mais que o ato de denunciar também seja muito importante. É preciso que o Sindsprev-RJ debata a saúde na perspectiva de entender o que os servidores pensam sobre seus processos de trabalho, como eles entendem e concebem esses processos. Isto precisa ser feito em todos os setores da base do nosso sindicato”, frisou.