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quinta-feira, setembro 19, 2024
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Greve nacional do INSS cresce e chega a 26 estados e o Distrito Federal

Com a adesão de Roraima e Mato Grosso, a greve nacional do INSS já atinge os 26 estados da Federação mais o Distrito Federal. A informação é da diretora da Federação Nacional (Fenasps), Viviane Peres, dada em entrevista ao programa Faixa Livre, no último dia 29. O quadro atualizado será publicado nos próximos dias pela entidade.

“São 26 estados, além do Distrito Federal com agências fechadas, outras com servidores que aderiram parcialmente, além dos que estão em teletrabalho. A greve está crescendo, a cada dia”, afirmou ao jornalista Anderson Gomes. Lembrou que a paralisação nacional foi decidida este mês, e deflagrada em 16 de julho, depois de fracassadas todas as tentativas das entidades representativas dos servidores, de fazer avançar as negociações com o governo, tanto no que se refere a reajuste salarial, quanto a condições de trabalho.

“Os pontos mais importantes deste movimento dizem respeito ao acordo de greve conquistado em 2022 e que o governo não cumpriu. Fomos uma das poucas categorias que fizeram greve no governo anterior, uma greve de mais de 60 dias, arrancando os termos deste acordo. São várias cláusulas que envolvem a carreira, remuneratórias e condições de trabalho. Exigimos melhores condições de trabalho, o que significa, também, a melhoria do atendimento prestado à população”, disse.

Negociar com seriedade – Frisou que é preciso concurso público e investir na infraestrutura do INSS de modo a garantir que não haja mais filas. “E isso a gente não tem conseguido, também, que o governo atenda. O acordo de greve prevê o debate em comitês relativos a este tema, alguns deles que não se reúnem há mais de um ano. Ou seja, não há espaço para o diálogo efetivo e, ao mesmo tempo, têm sido tomadas medidas de gestão muitas vezes autoritárias. Ou seja, chegamos no limite. Quando se entra em greve é porque chegou no seu limite, tanto no que diz respeito às condições de trabalho, quanto à valorização da carreira, para garantir o fortalecimento da Previdência Social e pública”, afirmou a dirigente.

Descaso com os servidores do INSS – Ressaltou que o reajuste reivindicado é legítimo, já que diz respeito unicamente à reposição das perdas salariais causadas pela inflação ao longo dos últimos anos. “Com toda esta situação de descaso, temos centenas de servidores adoecidos, ainda mais com o crescimento do assédio moral, que passou a ser imposto pela lógica privatista e empresarial implementada no último período”, lembrou.

Cobrou que o governo reabra as negociações suspensas unilateralmente, ao invés de entrar com ação na Justiça contra a paralisação. “Ao fazer isto, o governo está ferindo o nosso direito de greve, quando deveria abrir espaço para debater as reivindicações que fazemos desde o ano passado sem sermos ouvidos”, afirmou.

Ainda sobre a remuneração, lembrou que o vencimento básico chega a ser menor que o salário mínimo, o que é inconstitucional, sendo o restante relativo a gratificações. “Nós do INSS temos o menor vencimento básico da Esplanada dos Ministérios. O que estamos solicitando, e está no acordo de greve, é que uma destas gratificações, a GDASS, seja gradualmente incorporada ao VB. Isto é mais do que justo, mas, apesar disto, as negociações não têm avançado”, constatou.

Frisou que estas negativas relativas a melhores condições de trabalho vêm no sentido da terceirização do INSS. “Já vemos várias iniciativas implementadas nesta direção, como convênios firmados com prefeituras, que de alguma forma tem terceirizado o atendimento. O trabalho presencial é importante porque busca atender a uma faixa da população mais vulnerável, grande parte sem acesso à internet. E estamos falando de uma realidade caótica onde em muitas agências não há água para servidores e a população tomarem”, lembrou.

Assista, na íntegra, a entrevista da diretora Viviane Peres ao Faixa Livre, clicando aqui.

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