“O governo Lula (PT), cujo partido político e seus militantes lutaram pela reforma sanitária que instituiu a participação popular, vai assassinar a sua história se usar a força policial contra os servidores e servidoras que lutam em defesa do SUS e contra a entrega do Hospital Federal de Bonsucesso ao Grupo Conceição”.
Em tom de forte indignação, Cristiane Gerardo, dirigente do Sindsprev/RJ, criticou a intenção do Ministério da Saúde de recorrer à Justiça para reprimir os trabalhadores que, desde a última terça (15/10), estão acampados em frente à entrada principal do HFB.
No momento, o clima é tenso no local, devido à possibilidade de chegada da repressão policial para cumprir ordem de desocupação emitida pelo juiz Fábio Tenenblat, da 3ª Vara Federal do Rio de Janeiro. Em sua decisão, o magistrado determinou que os servidores e representantes do Sindsprev/RJ “desocupem imediatamente o prédio [do HFB], permitindo a entrada de pacientes e servidores, e não oponham quaisquer óbices à regularidade do processo de transferência da administração da instituição para a empresa pública Grupo Hospitalar Conceição”. O juiz Fábio Tenenblat também fixou multa diária de R$ 50.000 (cinquenta mil reais) contra o Sindsprev/RJ, na hipótese de descumprimento da ordem judicial.
Em assembleia realizada terça-feira (15/10), logo após o recebimento da notificação, os servidores criticaram a decisão judicial, lembrando que, em nenhum momento desde o início da ocupação das salas da direção-geral da unidade, houve impedimento à plena realização das atividades do Hospital de Bonsucesso, como consultas, cirurgias, atendimentos ao público e demais procedimentos administrativos. Outro ponto bastante criticado da decisão judicial foi a autorização do uso de força policial “para garantia da entrada da nova administração do hospital [Grupo Conceição] e da não reocupação das salas da direção [do HFB]”.