Em março deste ano — mês no qual o Brasil teve o maior número de mortos desde o início da pandemia de covid-19 —, o Ministério da Saúde entregou aos estados menos da metade das doses de vacina que havia prometido. Reportagem do jornal ‘O Globo’ informa que, segundo dados do portal ‘Localiza SUS’, o Ministério da Saúde distribuiu pouco mais de 20 milhões de doses aos estados, quando havia prometido 46 milhões de doses para o mês.
De acordo com a reportagem, nova frustração deve ocorrer em abril. A estimativa oficial mais recente ainda é de 47,3 milhões de doses, mas o novo ministro, Marcelo Queiroga, já estimou que devem ser recebidas apenas 25,5 milhões, sem detalhar os motivos.
Para especialistas em saúde, o grande erro do governo Bolsonaro foi não ter diversificado o número de fornecedores para minimizar os riscos impostos por incidentes na produção. O que aconteceu porque, enquanto os demais países começaram a planejar a vacinação de suas populações já a partir de setembro de 2020, o Brasil nada fez nesse sentido, ficando portanto em último lugar na imunização.
Nesta quinta-feira (1/4), dia em que foram registradas mais 3.673 mortes em 24 horas, o Brasil alcançou o triste recorde de 325.559 óbitos provocados pela covid.
Na mesma data foi publicada uma carta aberta, assinada por mais de 30 cientistas, pesquisadores e economistas, defendendo a adoção de um conjunto de medidas com recomendações para conter o avanço da covid-19 no Brasil. Endereçada a Bolsonaro, governadores e prefeitos, a carta sugere a adoção de lockdown em abril, por um período de três semanas, e que seja acelerado o processo de vacinação em todo o país.
Até o momento, porém, apenas 8% da população brasileira foi vacinada contra a covid. O percentual é baixíssimo, em comparação com a vacinação em outros países, nos quais a maioria de suas populações já foi imunizada.