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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Glauber Braga (PSOL-RJ) fala sobre campanha do funcionalismo, arcabouço fiscal e acordos de greve

Esta semana, a reportagem do Jornal do Sindsprev/RJ online conversou com o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) sobre os impasses da campanha salarial do funcionalismo público federal, que em 2024 pode deflagrar uma greve nacional, caso o governo Lula e o Congresso Nacional não viabilizem, no Orçamento Geral da União, recursos necessários para reposição salarial e outras demandas dos servidores. A seguir, as respostas do parlamentar, que foi entrevistado pelo jornalista Olyntho Contente.

Jornal do Sindsprev/RJ – Os servidores federais estão em campanha salarial, mas sem resposta às suas reivindicações apresentadas há seis meses. O Ministério da Gestão e Inovação (MGI) tem alegado falta de verba. O senhor acha que há espaço na Lei de Diretrizes Orçamentárias para atender aos pleitos de reposição das perdas salariais e de reestruturação das carreiras?

Glauber Braga – considero que tem sim um espaço para atendimento desses pleitos de reposição salarial. Mas, para que isto aconteça, será preciso vencer as amarras do arcabouço fiscal e da austeridade e enfrentar essa lógica de disponibilizar uma quantidade estratosférica de recursos para emendas ao Centrão. É um absurdo pensar nos bilhões de reais disponibilizados para Arthur Lira e aliados.

Jornal do Sindsprev/RJ – Como o senhor avalia a crítica feita pelas entidades sindicais dos servidores de que o arcabouço fiscal e o déficit zero são empecilhos para o atendimento das pautas econômicas, inclusive da retomada dos investimentos para pôr fim ao sucateamento do serviço público?

Glauber Braga – eu concordo com as críticas. Inclusive o déficit zero aprofunda um cenário extremamente preocupante para o arcabouço fiscal. Não tem o menor cabimento porque o déficit zero acena para os interesses dos banqueiros, mas não atende às expectativas da classe trabalhadora e do serviço público brasileiro. Essa tentativa de forçar déficit zero nós não podemos aceitar como razoável. Pelo contrário, é uma amarra que impede o fortalecimento do que é público, visando atender a interesses privados.

Jornal do Sindsprev/RJ – Os servidores públicos estão cogitando deflagrar uma greve nacional da categoria em 2024. O senhor acha que essa pressão pode fazer com que o governo apresente uma resposta à minuta de reivindicações?

Glauber Braga – as categorias fazem a sua discussão e avaliam qual é a melhor tática para o atendimento de suas demandas objetivas. Meu papel, no exercício do mandato como deputado federal e como militante, é estar em diálogo permanente com os servidores públicos e apoiando as reivindicações pela garantia de seus direitos. A tática que será adotada tem que ser determinada por eles, a partir do diálogo com suas respectivas bases.

Jornal do Sindsprev/RJ – Em 2022, os servidores do INSS assinaram um acordo de greve que o governo ainda não disse se vai cumprir. O acordo prevê a incorporação gradual (em 24 meses) de uma gratificação (GDASS) ao vencimento básico, a transformação da carreira do INSS em carreira típica do Estado, com exigência de curso superior e concurso público para começar a reduzir o déficit de pessoal, que está em torno de 19 mil vagas. Qual a sua opinião em relação ao cumprimento deste acordo de greve?

Glauber Braga – aquilo que foi apresentado como um acordo e que continua sendo a pauta de reivindicações dos trabalhadores e trabalhadoras evidentemente tem que ter o nosso apoio. Pauta que, evidentemente, foi a representação de um arrocho salarial estipulado durante 4 anos pelo governo Bolsonaro. O nosso papel tem que ser exatamente fortalecer a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do serviço público para superar essa situação de arrocho salarial. Inclusive porque é fundamental para dar atendimento às garantias sociais que estão na expectativa dos brasileiros e brasileiras, a partir do momento em que Bolsonaro perdeu as eleições.

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