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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Funcionários do Banco do Brasil iniciam luta contra desmonte imposto por Bolsonaro em plena pandemia

Os bancários do Banco do Brasil deram o pontapé inicial na luta para barrar o plano de desmonte que Jair Bolsonaro anunciou contra a estatal, em plena pandemia, com a aprovação, nesta quarta-feira (13/1), de um calendário de mobilizações nacionais pela Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB). O calendário foi ratificado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), sindicatos e plenárias em todo o país, como as do Rio de Janeiro e São Paulo, realizadas também nesta quarta. A de Brasília será nesta quinta.

As mobilizações acontecerão em todos os estados. A primeira será nesta sexta-feira (15/1): um Dia Nacional de Luto, com todos vestindo preto; dia 19 nova reunião da CEBB, para organizar o dia 21 de janeiro, um Dia Nacional de Lutas Contra o Desmonte e em Defesa do Banco do Brasil, com grandes mobilizações nos estados e em Brasília. O encontro vai definir também os desdobramentos da luta em defesa do BB.

O desmonte foi imposto pelo governo Bolsonaro em meio à pandemia; reduz a rede de agências do banco, corta salários, funções gratificadas e prevê a redução de 5 mil postos de trabalho. As medidas previstas para serem impostas neste primeiro semestre de 2021, englobam o fechamento de 361 unidades, sendo 112 agências, 7 escritórios e 242 Postos de Atendimento (PA), além da conversão de 243 agências em postos de atendimento e a ‘transformação’ de 145 unidades de negócios em Lojas BB, estes dois últimos, sem gerentes e guichês de caixa.

Desmonte prejudica população e o país

A avaliação da plenária do Rio de Janeiro é de que para impedir a consecução do plano será necessária a participação massiva dos funcionários e de outras categorias que também serão fortemente atingidas com a perda de empregos, como os terceirizados, entre eles os vigilantes e pessoal administrativo. Na avaliação dos participantes, o desmonte é criminoso, pois vai prejudicar toda a população e todo o país num momento de crise sanitária e econômica, provocada pela pandemia, em que mais o Banco do Brasil se faz necessário.

Para os participantes, o plano de reestruturação tem como objetivo preparar a privatização do BB para dar mais lucro ao setor privado e fazer caixa para o ajuste fiscal do governo. Aumenta, ainda, a dependência do Brasil junto aos países desenvolvidos, principalmente os Estados Unidos, exigindo, por isto mesmo, além de uma mobilização crescente do funcionalismo, a articulação de uma luta nacional e unitária com trabalhadores das demais estatais e de todo o setor público que passam por processos de desmonte semelhantes, fechamento e privatização de unidades e demissões. Entre estas, a Caixa Econômica Federal, os Correios, a Petrobras e serviço público. Esta luta deve buscar a participação, ainda, de toda a sociedade que será atingida pelo ataque ao setor público.

Bolsonaro tenta se descolar do desmonte

Do movimento nacional de pressão para barrar a implantação do desmonte do BB farão parte ainda parlamentares que estão sendo contatados. O PSB já enviou documento cobrando esclarecimentos ao governo sobre os motivos da reestruturação. A bancada do PT da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro divulgou ofício denunciando os prejuízos ao banco e ao país.

Líderes destes partidos, do PCdoB, da Rede, do PSOL e de outros no Congresso Nacional farão pronunciamentos contra o desmonte.

O desgaste provocado é muito grande e exigiu de Bolsonaro a iniciativa insólita de demitir o executivo que implantou a medida com a sua autorização, e a do ministro da Economia Paulo Guedes. A notícia da demissão de André Brandão da Presidência do BB, motivada, segundo ‘fontes palacianas’ pelo ‘descontentamento de Bolsonaro’ com a reestruturação, foi avaliada pela plenária, como uma cortina de fumaça, visando protegê-lo de um imenso desgaste, num ano pré-eleitoral.

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Não é a primeira vez que um presidente do BB cai após uma operação de Bolsonaro contrária ao Banco do Brasil e ao país, que geraram um grande degaste. Em setembro foi demitido do cargo Rubem Novaes, logo após ter sido vendida por R$ 371 milhões ao BTG-Pactual de Guedes, a carteira de crédito de R$ 1,9 bilhão do BB. Brandão ficou na Presidência apenas quatro meses até ser derrubado para criar uma cortina de fumaça sobre a verdade dos fatos.

A armação foi encarada como um termômetro do desgaste gigantesco provocado pelo anúncio do desmonte. Por isto mesmo foi unânime a proposta de ampliar o máximo as denúncias sobre as consequências nefastas da reestruturação, que prevê 5 mil demissões, além da redução do número de agências, corte de salários e de funções.
Rita Mota, diretora do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e membro da CEBB, avaliou que, de todo o modo não há fake News capaz de negar o envolvimento de Bolsonaro. “Se sabia está tentando fugir da sua responsabilidade, querendo inventar um motivo para não se desgastar. Se não sabia, é incompetência, já que Brandão era seu subordinado e do seu ministro da Economia, Paulo Guedes”, argumentou.

Decisão tomada às escondidas

Débora Fonseca, Representante dos Funcionários no Conselho de Administração do banco (Caref), durante a plenária defendeu a denúncia mais ampla possível dos prejuízos que as medidas provocarão ao BB e a toda a sociedade. “Foi uma decisão tomada a portas fechadas, para que apenas um pequeno número de pessoas soubesse. Enviei ofício cobrando explicações sobre as medidas e os motivos que levaram a direção do banco a esconder as informações que tenho o direito legal de saber”, afirmou.

E acrescentou: “A gente tem que fazer um grande movimento nacional de resistência para que este pacote seja revisto. Inclusive com o apoio de parlamentares. O impacto do desmonte é muito grande para o BB e para todo o país. Atingiu o banco de uma forma absurda.

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Temos que atuar para impedí-lo”, afirmou.

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