Pesquisa realizada por cientistas brasileiros e britânicos descobriu que o desmatamento da Floresta Amazônica já supera em muito o ritmo de recuperação dessa mesma floresta. Segundo a pesquisa, o desmatamento na região amazônica é tão crítico que as chamadas florestas secundárias, nascidas em áreas desmatadas, não são suficientes para absorver, em quantidades expressivas, o carbono oriundo do desmatamento e assim ajudar no controle de mudanças do clima.
Publicado na revista científica Global Change Biology, o estudo mostra ainda que as florestas secundárias absorveram menos de 10% do carbono emitido pelos desmatamentos ocorridos nos últimos 30 anos.
Os cientistas apontam que há dois motivos principais para a pouca absorção de carbono: o primeiro são as altas taxas de desmatamento, uma vez que a derrubada avança muito mais depressa do que a capacidade de recuperação da Floresta Amazônica.
O segundo é que as florestas secundárias são também alvo de derrubada, sendo abatidas quando ainda muito jovens.
Dos cerca de 700 mil quilômetros quadrados que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) estima terem sido desmatados na Amazônia, as florestas secundárias ocupam 130 mil quilômetros quadrados.
Objetivo de Bolsonaro e Salles é destruir todo o meio ambiente no Brasil
Enquanto a floresta amazônica, imensas regiões do Pantanal e outros importantes biomas do país são destruídos pela ação de madeireiros, grileiros e fazendeiros, o governo Bolsonaro segue com sua política de promoção da devastação ambiental.
O mais recente exemplo foi a publicação, em setembro, da Resolução nº 500/2020, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que revogou dispositivos da legislação que protegiam manguezais e restingas. Na prática, a Resolução do Conama dá salvo-conduto para que grandes empreendimentos imobiliários e de especulação financeira destruam o que resta das áreas de preservação ambiental em restingas e manguezais.
Outro exemplo dessa política de devastação ambiental praticada por Bolsonaro e seu ministro da área, o truculento Ricardo Salles, é o contingenciamento de verbas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama). Faltando menos de dois meses para o final de 2020, o Ibama gastou menos de 40% de seu orçamento reservado para fiscalização, controle e combate ao desmatamento e às queimadas. Enquanto isso, os incêndios já destruíram mais de 20% do Pantanal, e os índices de desflorestamento da Amazônia são os maiores da década.
Para coibir as atividades ilegais nos biomas, o Ibama dispunha de R$ 154 milhões. No entanto, até o início de outubro, havia executado apenas R$ 57 milhões, o equivalente a 36,8% do orçamento.