Nesta quinta-feira (24/10), documento assinado por 14 entidades sindicais – entre sindicatos, associações, federações e confederações de trabalhadores e trabalhadoras da saúde – foi enviado à Comissão de Ética do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) e à Comissão de Ética, à Corregedoria e à Ouvidoria do Ministério da Saúde. No documento, as entidades sindicais manifestam sua profunda indignação e apresentam denúncia formal contra o diretor-presidente do Grupo Conceição, Gilberto Barichello, por sua “conduta intolerável, desrespeitosa e completamente contrária aos valores éticos que devem nortear esta instituição”. Isto porque Barichello, segundo o documento, “tem se dedicado a agredir verbalmente e assediar os servidores do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), muitos dos quais possuem anos de serviços prestados com dedicação e competência”. O texto do documento destaca ainda que, com seu comportamento arrogante, “Gilberto Barichello ignora a história e as contribuições desses profissionais para o bom funcionamento do hospital” e que “essa atitude não apenas representa uma grave violação do Código de Ética do Grupo Hospitalar Conceição, das regras da OIT e da legislação do trabalho, mas também configura um ataque à dignidade e ao respeito que devem ser garantidos a todos os trabalhadores”.
Na última quarta-feira (23/10), quando servidores lotaram o auditório do prédio da maternidade do Hospital de Bonsucesso (HFB) para conhecer o “modelo de governança” do Grupo Conceição, Gilberto Barichello fez uma fala intimidatória e ameaçadora contra os trabalhadores ali presentes. Em tom agressivo e inquisitorial, ele disse: “é esta empresa [Grupo Conceição] que vai trabalhar aqui. Se esta empresa não te interessa, não é aqui o seu lugar”.
Conforme manifestado na denúncia encaminhada pelas entidades sindicais ao Ministério da Saúde e ao próprio Grupo Conceição, “é inadmissível que um gestor, em vez de integrar-se, ouvir e respeitar sua equipe, utilize seu cargo para promover um ambiente de opressão e humilhação, criando um clima de insegurança e medo entre os servidores, com a clara intenção de incentivá-los a deixar o hospital, como ficou evidente em reunião com esses profissionais. Esse comportamento, além de antiético, é moralmente reprovável e compromete seriamente o bem-estar físico e mental dos trabalhadores, bem como o atendimento à população que depende efetivamente de nossos serviços”.
Na denúncia ao Ministério da Saúde, os sindicatos, federações e confederações concluem o texto com o pedido de imediata instauração de sindicância para apurar as denúncias e responsabilizar o diretor-presidente do Grupo Conceição por suas ações.
A denúncia assinada pelas 14 entidades sindicais reforça anterior iniciativa do Sindsprev/RJ, que imediatamente após as agressões proferidas por Gilberto Barichello, na quarta-feira (23), enviou denúncia à Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas (Cogepe) do Ministério da Saúde, exigindo providências urgentes para barrar o comportamento inaceitável do presidente do Grupo Conceição.
Assinam o documento enviado pelas 14 entidades sindicais: Fenasps (federação nacional), Fenam, CNTSS, Sindicato dos Enfermeiros do Rio (SindEnf-RJ), Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Rio (Satem-RJ), Afinca, Sindicato dos Médicos do Rio (Sinmed-RJ), Sinerj e Associação dos Servidores do Into, entre outras.
