Com críticas à ministra da saúde, Nísia Trindade, ao governador Claudio Castro e ao prefeito Eduardo Paes, profissionais de enfermagem das redes federal, estadual e municipal de saúde protestaram, nesta quinta-feira (29/6), contra os sucessivos adiamentos na implementação do piso salarial da categoria.
Nesta sexta-feira (30/6), a partir das 10h, os profissionais fazem assembleia unificada em frente à Prefeitura do Rio, quando vão decidir os próximos passos de sua mobilização pelo piso. A possibilidade de uma greve por tempo indeterminado será um dos pontos discutidos pelos servidores.
Convocada pelo Sindsprev/RJ, pelo Sindicato dos Enfermeiros do Rio (SindEnf-RJ) e pelo Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem, a manifestação unificada desta quinta (29/6) começou às 13h, em frente à entrada principal do Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE), com uma concentração de servidores que fechou a rua Sacadura Cabral e gerou alguns momentos de tensão com policiais militares que observavam os servidores.
Por volta de 14h30, os profissionais de enfermagem saíram do HFSE em passeata rumo ao Hospital Municipal Souza Aguiar, unidade ameaçada de privatização pelo prefeito Eduardo Paes (PSD-RJ), onde pretendiam dar uma rápida parada e, em seguida, prosseguir até a Prefeitura do Rio (Cidade Nova). No entanto, após percorrerem a rua Senador Pompeu e chegarem à Av.
Pres. Vargas, as lideranças sindicais e os profissionais de enfermagem decidiram continuar a passeata até a sede da Prefeitura, sem passar pelo Souza Aguiar. Durante o trajeto na Pres. Vargas, uma parada de 30 minutos na pista central daquela avenida, nas proximidades do Campo de Santana, fechou o trânsito no entorno, trazendo assim grande visibilidade para as reivindicações da enfermagem.
“Não aceitamos mais adiamentos na implementação do piso. Não aceitamos que o piso fique condicionado ao julgamento no Supremo Tribunal Federal.
As ministras Esther Dweck [Gestão e Inovação] e Nísia Trindade [Saúde] prometeram implementar o piso, mas nada aconteceu. Agora, alguns ministros do STF querem condicionar o valor do piso à jornada de trabalho e também falam em regionalização, o que é inaceitável. Continuaremos nas ruas para defender os nossos direitos”, frisou Cristiane Gerardo, dirigente regional do Sindsprev/RJ. “Hoje os plantões foram nas ruas. Hoje ficou evidente que o caminho para conquistarmos o piso e os nossos direitos é a mobilização permanente. Por isso estamos aqui e continuaremos nas ruas”, destacou Luiz Henrique Santos, também dirigente do Sindsprev/RJ.
Ao chegarem à Prefeitura, no final da tarde, os profissionais depositaram suas faixas e cartazes no chão e, sob tendas montadas pelos sindicatos, iniciaram uma Vigília que permanecerá toda a noite e madrugada no local, como forma de também marcar o protesto contra o descaso da gestão Eduardo Paes no trato das reivindicações da saúde municipal, onde o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), uma promessa de campanha do então candidato, até hoje não foi efetivamente implantado.
As atividades dos dias 29 e 30/6 foram definidas e aprovadas por assembleia unificada da enfermagem do Rio ocorrida na última sexta (23/6), em frente à entrada do Hospital de Bonsucesso. Além de exigirem o pagamento do piso, os profissionais repudiam a estadualização de unidades federais, cobram o cumprimento do acordo de greve de 2014 e a garantia das 30h semanais para todos os servidores.
“A enfermagem na rua. Nísia, a culpa é sua”
(palavra de ordem gritada pelos profissionais de enfermagem durante a manifestação desta quinta-feira).