Um ano de eleição é capaz de operar milagres. A atual gestão do governo do estado do Rio de Janeiro aprovou, agora em janeiro, na Assembleia Legislativa (Alerj), um reajuste de 13,05%, a partir deste mês. A diretora do Sindsprev/RJ, Clara Fonseca, lembrou que o índice repõe apenas parcialmente as perdas que na saúde tem salários congelados há mais de 20 anos. A luta pelo reajuste teve à frente as entidades que integram o Fórum Permanente dos Servidores Públicos do Estado do Rio de Janeiro (Fosperj), entre elas, o Sindsprev/RJ.
“A luta pela reposição integral das perdas tem que continuar, já que este índice é muito inferior ao necessário para repor as perdas decorrentes destas duas décadas sem reajuste.
É bom lembrar que este índice só foi concedido por uma questão eleitoral, já que este ano, em outubro, teremos eleições para presidente, governadores, deputados e senadores”, frisou a dirigente.
Reajuste beneficia os bancos
Clara observou que como os servidores estão totalmente endividados, o reajuste acaba beneficiando os bancos, ao aumentar a margem de desconto dos empréstimos consignados. “Com isto, aumentam o percentual e os valores a serem pagos aos bancos e que são descontados automaticamente. O reajuste beneficia o sistema financeiro um dos maiores financiadores de campanhas eleitorais”, denunciou.
Acrescentou, ainda, que como os servidores estão totalmente endividados, o reajuste servirá, apenas, para que se endividem ainda mais. “A situação é de extrema vulnerabilidade. Os salários estão comprometidos com o pagamento de dívidas, com muitos funcionários passando fome. Esta é a realidade. O reajuste servirá para que a categoria tome mais empréstimo para sobreviver”, argumentou.