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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Dia Nacional do Aposentado teve atos no NERJ e INSS em defesa da previdência pública

Servidores da saúde e previdência realizaram nesta sexta-feira (24), ‘Dia Nacional do Aposentado’, duas manifestações em defesa da previdência pública e contra a tentativa do governo Bolsonaro de militarizar o INSS. Convocada pelo Fórum de Qualidade de Vida e Saúde/Sindsprev/RJ, a primeira manifestação foi realizada em frente à Superintendência Regional do Ministério da Saúde (antigo NERJ), na rua México 128, a partir das 10h30; a segunda manifestação aconteceu em frente à agência Presidente Vargas do INSS, a partir do meio-dia, e foi convocada e organizada por CSP Conlutas, CTB, CUT-RJ, Fenasps, Frente Brasil-Popular e Frente Povo Sem Medo.

Após o ato no NERJ, uma comissão de representantes dos servidores protocolou documento no Ministério da Saúde com pontos considerados essenciais pelos servidores. “Reivindicamos integralidade e paridade de vencimentos, concurso público para garantir atendimento de qualidade à população, aumento do per capita da Geap e respeito aos aposentados. O governo quer acabar com nossos direitos, e não podemos permitir”, explicou Crispim Wanderley, do Fórum de Qualidade de Vida e Saúde.

“Vivemos um momento muito delicado. A militarização não resolverá os problemas do serviço público e as mazelas do país. Queremos concurso público estatutário. Não queremos apadrinhamentos ou contratos temporários. Os militares não resolverão os problemas do atraso de benefícios no INSS”, afirmou Sebastião José de Souza (Tão), da direção do Sindsprev/RJ. “A abertura para os militares ocuparem o INSS é uma fantasia que visa esvaziar a previdência social, na esteira da reforma da previdência. Querem dar início às terceirizações e desmoralizar o serviço público. Não podemos aceitar”, completou Luiz Henrique Santos, também dirigente do Sindsprev/RJ.

Ato das centrais no INSS da Pres. Vargas

Na manifestação unificada das centrais sindicais, servidores e segurados fizeram duras críticas à caótica gestão do governo Bolsonaro no INSS. “A situação está cada vez mais insustentável. No interior do estado do Rio, agências estão sendo fechadas e os segurados têm de sair de suas cidades e vir à capital para dar entrada em seus pedidos de aposentadoria, pensão e licença-maternidade, entre outros direitos. Também não há peritos em número suficiente. É muito sério o que acontece no INSS. Por isso não vamos desistir de reivindicar nossos direitos”, frisou Maria Celina de Oliveira, dirigente da Regional Norte do Sindsprev/RJ e da CTB.

“Não aceitaremos a militarização da previdência. Não podemos ser responsáveis pela irresponsabilidade do governo. Não podemos aceitar que o governo use a previdência como máquina para os militares. Os servidores do INSS não devem ensinar nenhum militar a fazer qualquer tipo de trabalho na previdência. Tem que haver boicote. Se querem resolver o problema, que chamem concurso público”, criticou Sidney Castro, da direção do Sindsprev/RJ.

Ex-ferroviário e ex-rodoviário, o vendedor ambulante Sírio Schwambornj protestou contra os problemas de atendimento no INSS. “Estou há um ano solicitando aposentadoria por idade, mas o INSS disse que eu não tenho tempo de serviço. É um absurdo. Hoje tentei tirar meu CNIS, mas caiu o sistema da agência. Temos que lutar contra a privatização”, afirmou, sob aplausos.

Secretária-Geral da CUT-RJ, Lígia Deslandes denunciou a privatização da Dataprev. “Pelo projeto do governo, o cadastro das empresas públicas e dos servidores públicos pode ser cedido a empresas multinacionais. Na verdade, querem privatizar a Dataprev para isto, mas a nossa vida não pode ser privatizada. Infelizmente, o grande mote deste governo é reduzir os investimentos no serviço público para depois dizer que o serviço não funciona”, destacou.

Crueldade das reformas trabalhista e previdenciária

“As reformas trabalhista e da previdência foram de uma crueldade impressionante. O pior é que parte da classe trabalhadora ainda bate palmas para este governo. São justamente os setores mais pauperizados e mais manipulados pela religião. Por isso o governo propõe a militarização do INSS, que não vai resolver o problema do instituto. É mais uma manobra para atacar o serviço público”, analisou Cristiane Gerardo, servidora do Hospital Cardoso Fontes.

Servidor do INSS, Jorge Valerian denunciou a intenção do sistema bancário privado de se apropriar da previdência. “Milhões de segurados estão sendo prejudicados pela política dos bancos, que querem tomar conta da previdência nacional. É por isso que o governo pretende acabar com o direito de aposentadoria. O dia nacional do aposentado só poderia ser comemorado assim mesmo, com muito protesto”, frisou.

Representando a CSP Conlutas, a servidora Maristela Farias, da saúde, fez um chamado à mobilização. “O governo vem tomando medidas que descaracterizam a previdência como direito. É preciso uma reação mais contundente dos trabalhadores aos ataques movidos pelo governo. A luta vai ter de se dar nas ruas, na greve geral, e não aguardando o processo eleitoral”, completou.

Ao final do ato, manifestantes entraram na agência Presidente Vargas do INSS, o que gerou momentos de grande tensão com a segurança daquela APS, orientada a hostilizar os trabalhadores. Apesar do clima de tensão, não houve confronto.

Ato unificado das centrais, no INSS da Av. Pres. Vargas – Foto: Mayara Alves

 

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