Levantamento produzido pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e publicado na última quinta-feira (19/8) pelo jornal O Globo informa que a floresta amazônica vem sendo devastada no maior ritmo dos últimos 10 anos. Segundo o Imazon, apenas em julho deste ano cerca de 2.
095 km² foram desmatados, 80% a mais do que no mesmo mês de 2020. Essa área é maior do que a cidade de São Paulo e representa o pior índice da década para julho. Com isso, o acumulado dos últimos 12 meses também foi o maior desde 2012.
Pará e Amazonas, respectivamente, foram os estados que mais desmataram em julho e no acumulado dos últimos 12 meses. No Pará, quase metade da destruição da floresta em julho foi registrada em apenas quatro municípios: Altamira, São Félix do Xingu, Itaituba e Novo Progresso. No Amazonas, a devastação segue avançando pelo Sul do estado.
O Imazon mede o desmatamento com imagens de satélite. O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto foi criado em 2008 e se baseia em imagens de satélites para captar a mudança do uso do solo.
De agosto de 2020 a julho de 2021, período conhecido como “calendário do desmatamento”, o bioma viu 10.476 km² de floresta serem destruídos, área equivalente a nove vezes a cidade do Rio de Janeiro. Com isso, o acumulado dos últimos 12 meses ficou 57% maior do que o registrado no período anterior, de agosto de 2019 a julho de 2020.
O Imazon classifica o desmatamento como o processo de realização do “corte raso”, que é a remoção completa da vegetação florestal.
Na maioria das vezes, essa mata é convertida em áreas para pecuária.
Para o aumento sem precedentes no desmatamento em muito vem contribuindo a nefasta política ambiental do governo Bolsonaro, que desmontou e sucateou os órgãos de controle e vigilância, como Ibama e ICM-Bio, colocando o Brasil na triste condição de um dos países que mais destroem a biodiversidade no mundo.