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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Desrespeito: cresce número de candidatos que, embora brancos, mudaram declaração de cor nas eleições municipais

Mais de 42 mil candidatos brasileiros que disputarão as eleições deste ano mudaram a declaração de cor e raça que deram em 2016, de acordo com registros disponibilizados recentemente pela Justiça Eleitoral.
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O número equivale a 27% dos cerca de 154 mil candidatos que concorreram no último pleito e que disputam novamente a eleição em 2020. Pouco mais de um terço (36%) alterou a cor de branca para parda. Outros 30% se declaravam pardos, mas agora se dizem brancos. O objetivo não confessado dos candidatos que arbitrariamente mudaram suas respectivas declarações de cor é se beneficiarem de cotas de distribuição de recursos eleitorais reservadas a candidaturas negras.

A contabilização desses dados foi deita com base em números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo o tribunal, os autodeclarados pretos e pardos somam 51% dos candidatos (263 mil) contra 48% dos brancos (248 mil). Entre os negros, 208 mil se declaram pardos e 55 mil, pretos.

O TSE passou a perguntar a cor dos candidatos a partir de 2014.
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Nas três eleições ocorridas até agora, a quantidade de brancos sempre foi maior que a de negros, ocupando mais de 50% das vagas de candidatos, apesar de pretos e pardos serem maioria na população brasileira (56%).

“Os candidatos que, sendo brancos, se declarem negros ou pardos estão agindo de má-fé.
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Estão agindo de forma desonesta com o objetivo de obter vantagem no processo eleitoral. As pessoas que agem assim também desrespeitam o povo negro e desprezam a luta contra o racismo no país”, criticou Osvaldo Mendes, da secretaria de Gênero, Raça e Etnia do Sindsprev/RJ.

O crescimento da participação de negros e mulheres na disputa às prefeituras e câmaras municipais tem como pano de fundo o estabelecimento das cotas de gênero a partir dos anos 90 e as mais recentes cotas de distribuição da verba de campanha e de propaganda eleitoral, conforme decisões tomadas pelos tribunais superiores em 2018 e 2020.

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