Levantamento elaborado pelo projeto MapBiomas aponta que o desmatamento no Brasil aumentou 14% em 2020, ano em que o país perdeu 24 árvores por segundo.
Segundo o estudo coordenado pelo engenheiro florestal Tasso Azevedo, em 2020 a soma da área dos mais de 74 mil alertas emitidos pelo sistema foi de 13.853 km², contra 12.151 km² em 2019. O levantamento afirma que a Amazônia foi o bioma mais desmatado em 2020, região na qual 843 mil hectares de vegetação nativa foram derrubados, configurando um aumento 9% em relação ao ano anterior. No entanto, o bioma que teve o maior crescimento relativo na devastação foi a Mata Atlântica, onde o corte raso de árvores foi feito em uma área 125% maior que em 2019. O caso da Mata Atlântica é muito preocupante porque este bioma é o que possui a maior diversidade e patrimônio genético.
Divulgado na última sexta-feira (11/6), o estudo do projeto MapBiomas sugere que a taxa de ilegalidade desses desmatamentos é extremamente alta.
O que é constatado pelo cruzamento das áreas desmatadas com informações disponíveis em outros bancos de dados, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR).
O MapBiomas aponta que a taxa média de ilegalidade é altíssima e se refere a 99,8% das áreas totais desmatadas no país.
Áreas que se sobrepõem a terras indígenas, unidades de conservação, sob plano de manejo para extração sustentável de madeira ou que estão em segmentos protegidos em terras particulares (reserva legal ou área de proteção permanente).
O desmatamento também cresceu 6% no Cerrado, 43% no Pantanal e 99% no Pampa. O Pará é apontado como o estado brasileiro campeão em desmatamento e devastação ambiental.
Uma das constatações do estudo do MapBiomas é a absoluta inoperância do Ibama, que nada tem feito para fiscalizar e coibir as ações de desmatamento.
