De janeiro a dezembro de 2021, o desmatamento na Amazônia, com perda de floresta nativa, foi de 10,3 mil quilômetros quadrados, o equivalente a quase toda a cidade de Manaus (AM).
Publicados nesta quarta-feira (19/1) pelo portal de notícias Brasil de Fato, os dados correspondem ao pior ano da década para o bioma em termos de devastação ambiental, segundo levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) feito com base em imagens de satélite e divulgado este mês.
No acumulado do ano, o desmatamento na Amazônia disparou 29% em relação a 2020, período em que a floresta já havia perdido a maior área desde 2012, com 8 mil quilômetros quadrados de destruição, segundo o Imazon.
“É um governo [Bolsonaro] que estimula o crime ambiental, que se declarou inimigo do meio ambiente e é responsável por absolutamente todos esses números”, afirma Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, coalização de entidades da qual o Imazon faz parte.
“Desmatamento na Amazônia altera regime de chuvas”, diz Imazon
Habituado a minimizar publicamente os efeitos da devastação ambiental e do desmatamento na Amazônia, recentemente Bolsonaro comemorou a diminuição de 80% nas multas aplicadas em propriedades rurais pelo Ibama, órgão federal responsável pela fiscalização do meio ambiente.
Dados do próprio governo brasileiro já haviam indicado recorde de desmatamento na Amazônia. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de agosto de 2020 a julho de 2021, o bioma perdeu 13,2 mil quilômetros quadrados de vegetação, maior área desde 2006.
O Imazon considera o cenário “muito grave”. Entre as consequências, estão “a alteração do regime de chuvas, a perda da biodiversidade, a ameaça à sobrevivência de povos e comunidades tradicionais e a intensificação do aquecimento global”, escreveu o Instituto.
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De acordo com o Imazon, o Pará continua sendo o líder em devastação. No estado ocorreu 39% do desmatamento do bioma. Em segundo lugar em área derrubada está o Amazonas, que teve o maior aumento em relação a 2020: 49%.
Na sequência vêm Mato Grosso, Rondônia e Acre. Dos nove estados que compõem a chamada Amazônia Legal, apenas o Amapá não registrou aumento, tendo reduzido a área anual desmatada de 27 para 18 quilômetros quadrados.
Leia a matéria do jornal Brasil de Fato sobre o desmatamento: