Descaso quase absoluto no trato das pautas dos servidores, enrolação nas mesas de negociação e promessas sempre adiadas. Assim tem sido a postura do governo Lula (PT) nas relações com o funcionalismo público federal e suas entidades representativas. O que é lamentável, sobretudo em se tratando de um governo que, ao menos no discurso, foi eleito para evitar o pior para o país: a continuidade da catastrófica gestão Bolsonaro no Estado brasileiro. Gestão marcada por um sucateamento sem precedentes em todos os setores do serviço público.
Passados 12 meses do início do governo Lula, a decepção é o clima reinante entre os servidores da rede federal de saúde do Rio, do INSS e da vigilância em saúde.
Na rede federal do Rio, por exemplo, o tão esperado (e necessário) concurso para recomposição de 12 mil vagas ainda continua um sonho. Problema que se soma a unidades com equipamentos quebrados, infraestruturas sucateadas, falta de insumos e de medicamentos.
No INSS, também ainda é um sonho o necessário concurso para sanar um déficit que já ultrapassa 23 mil servidores da autarquia, onde a fila de pedidos de benefícios e aposentadorias só faz aumentar em todo o país, causando prejuízos a milhões de segurados da previdência social.
Na vigilância em saúde, atualmente o sucateamento é tão grande que vem inviabilizando um efetivo combate à epidemia de dengue que assola o Brasil. Além de trabalharem sob péssimas condições, os servidores da vigilância em saúde não são valorizados pelo atual governo, que trata com desdém suas pautas específicas, como implantação de uma carreira própria e solução para a contagem de tempo de contribuição com vistas à concessão da aposentadoria especial.
Como não bastassem essas situações de profundo descaso, o governo ainda se acha no “direito” de oferecer zero de reajuste salarial para as categorias do funcionalismo público e de não cumprir os acordos de greve firmados durante a gestão Bolsonaro. O que é vergonhoso e inaceitável.
É hora de dar um basta a tanta desconsideração. O governo Lula já teve tempo de sobra para efetivamente cumprir a promessa de investir na valorização dos serviços públicos brasileiros e de seus trabalhadores.
A resposta ao governo virá das ruas, com a proposta de greve unificada que, no momento, as entidades do funcionalismo, como Fonasefe e Fonacate, entre outras, estão debatendo.