Deputados da oposição se articulam para conseguir as 171 assinaturas necessárias para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Meio Ambiente. O pedido de abertura da comissão na Câmara foi protocolado na última quarta-feira (29/4), segundo noticiado pelo portal de notícias ‘Brasil de Fato’.

A ideia do pedido de CPI é apurar os crimes ambientais cometidos na gestão do atual ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, recentemente denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por conivência com madeireiros e desmatadores. Desde o início de sua gestão, Ricardo Salles vem desmontando todos órgãos e estruturas responsáveis pela fiscalização e punição de crimes ambientais, com destaque para o Ibama, onde servidores que queiram cumprir a legislação ambiental são perseguidos pelo governo.

O requerimento de instalação da CPI do Meio Ambiente foi apresentado por 15 parlamentares pertencentes às siglas PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB, Rede e PV. O desafio agora é obter as cerca de 40 assinaturas faltantes em um cenário legislativo ainda dominado pela gestão Bolsonaro, que tem o “centrão” como base de apoio.

Na cerimônia de abertura da Cúpula do Clima, que nos dias 22 e 23 de abril reuniu 41 líderes mundiais, Bolsonaro fez um discurso que, na prática, omitiu a grande responsabilidade de seu governo pela degradação ambiental no Brasil.

O discurso foi duramente criticado por governos estrangeiros, ambientalistas e entidades da sociedade civil.

“Foi patética a participação de Bolsonaro na Cúpula do Clima. Ele mentiu sobre uma suposta redução do desmatamento na Amazônia e mentiu quando prometeu reforçar as ações de fiscalização. A prova foi que, no dia seguinte ao discurso dele, o governo cortou R$ 240 milhões do orçamento do Ibama. Bolsonaro nunca esteve em sintonia com as propostas de retomada verde da economia porque insiste num modelo de exploração predatório e neocolonial.

Um modelo que despreza o grande potencial brasileiro em relação à bioeconomia, à economia ecológica, ao investimento em energia renovável e às infraestruturas verdes”, frisou o ecologista Sérgio Ricardo Verde, gestor ambiental e membro-fundador do Movimento Baía Viva.