*A Justiça de São Paulo condenou pela sétima vez o deputado estadual Douglas Garcia (PTB-SP) em razão do dossiê que expôs dados pessoais, inclusive endereços e telefones, de cerca de 1.000 pessoas que se declaram contrárias ao fascismo. Um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro em São Paulo, Garcia terá de pagar R$ 10 mil de indenização a uma das vítimas, identificada pelo acrônimo A.M.G.
Com isso, as condenações já somam R$ 125 mil, mas, como são de primeira instância, ainda podem ser revistas. Garcia, que nega ter divulgado o dossiê, chamou as pessoas listadas no documento de “terroristas”.
No processo, A.M.G. disse temer por sua integridade física e moral, uma vez que, por conta do dossiê, seus dados pessoais passaram a circular entre grupos neonazistas e supremacistas. “Ele não consegue mais dormir e trabalhar direito em razão da constante possibilidade de violência”, afirmou seu advogado à Justiça.
A juíza Cinara Palhares, da 15ª Vara Cível de São Paulo, afirmou que o deputado Douglas Garcia “possui expressa participação e contribuição na elaboração e manutenção do dossiê”.
A magistrada diz que, além das graves e infundadas acusações que o deputado proferiu contra as pessoas listadas, chamando-as de criminosas, ele estimula a ideia de ‘combater’ os opositores políticos, “utilizando-se de frases e termos que incitam o ódio e a violência”.
Douglas Garcia é um dos fundadores do ‘Direita São Paulo’, movimento de extrema-direita de caráter protofascista que, em linhas gerais, defende uma agenda ultrarreacionária que inclui o combate a todas as organizações de trabalhadores, os ataques de ódio aos movimentos sociais, feministas, LGBT e de luta contra o racismo. O ‘Direita São Paulo’ também costuma homenagear e condecorar membros das forças policiais e de repressão, sobretudo quando estas agridem movimentos de trabalhadores. A exemplo de outros movimentos de extrema direita, o ‘Direita São Paulo’ é abertamente bolsonarista.
Em março de 2020, a Justiça de São Paulo determinou a quebra do sigilo de computadores usados para disseminar mensagens de ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF). A ação foi aberta para investigar a existência de um “gabinete do ódio” que funcionaria nas salas do deputado Douglas Garcia.
No mês de julho, foi a vez de o ministro do STF Alexandre de Moraes encaminhar à PGR (Procuradoria-Geral da República) a ação em que o PT questiona a conduta de Douglas Garcia (PSL-SP) por uso da máquina pública para elaborar dossiês contra manifestantes antibolsonaristas.
*com informações do portal de notícias UOL.