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sábado, novembro 23, 2024
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De 2000 a 2018, Amazônia perdeu área de florestas superior a seis estados do RJ

Nos últimos 18 anos, o avanço do desmatamento na região amazônica assumiu proporções espantosas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Amazônia perdeu, no período, o equivalente a seis vezes a área estado do Rio de Janeiro. Entre 2000 e 2018, a perda de cobertura florestal do bioma chegou a 8%. Metade dessas alterações (50,2%) foi para transformar áreas florestais em pastagem, o que destrói a biodiversidade e provoca perdas irreparáveis de patrimônio genético.

Os dados do IBGE fazem parte do estudo “Contas de Ecossistemas: Uso da Terra nos Biomas Brasileiros (2000-2018)”, divulgado pelo instituto nesta quinta-feira (24/9). Pela primeira vez em sua história, o IBGE mapeou os diferentes ecossistemas brasileiros para detalhar o estado em que se encontram e as mudanças que ocorreram desde o começo do século. No período analisado, a proporção de terras da Amazônia usadas para pasto cresceu 71%, passando de 248,8 mil km², em 2000, para 426,4 mil km² em 2018. A área para a agricultura também avançou, crescendo quase três vezes no mesmo período.

Governo Bolsonaro aumentou destruição florestal

A destruição de cobertura florestal constatada pelo IBGE entre os anos de 2000 e 2018 foi, após o início do governo Bolsonaro, não apenas continuada, mas aumentada.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgados recentemente mostram que, entre agosto de 2019 e julho de 2020, houve um aumento de 34,5% nos alertas de desmatamento em relação ao mesmo período do ano anterior. Ao todo, foram 9.205 km² desmatados, o equivalente a 1.100.000 campos de futebol. O mês de julho de 2020 registrou 1.654 km² desmatados.

A mesma destruição florestal ocorrida na Amazônia foi intensificada no Pantanal, região que há meses está (literalmente) em chamas por conta de queimadas ilegais promovidas por grandes fazendeiros, garimpeiros, madeireiros e grileiros.

Apesar da comprovada destruição ambiental, em seu vergonhoso discurso proferido dia 22/9 na sessão de abertura da assembleia anual das Nações Unidas (ONU) Bolsonaro apresentou um quadro completamente falso e em desacordo com a realidade, chegando ao cinismo de dizer que o Brasil é “um exemplo” para o mundo em termos de preservação ambiental.

Sim. O Brasil realmente é um exemplo. Mas um exemplo de destruição do meio ambiente. A prova são os cortes orçamentários propostos pelo governo para os recursos do IBAMA e do Instituto Chico Mendes (ICMBio) em 2021. A estimativa é de que esses cortes sejam de 4% no IBAMA e de 12,8% no ICMBio. Os desmatadores, garimpeiros, pecuaristas e grandes fazendeiros mais uma vez agradecem.

 

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