Dados divulgados dia 10/4 pelo Ministério da Saúde mostram que a covid-19 tem se mostrado mais letal entre negros do que entre brancos. E que, embora minoritários entre os registros de afetados pela doença, pretos e pardos representam quase 1 em cada 4 dos brasileiros hospitalizados com Síndrome Respiratória Aguda Grave (23,1%), mas chegam a 1 em cada 3 entre os mortos por covid-19 (32,8%).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, 67% dos brasileiros que dependem exclusivamente do SUS (Sistema Único de Saúde) são negros, e estes também são maioria dos pacientes com diabetes, tuberculose, hipertensão e doenças renais crônicas no país — todos considerados agravantes para o desenvolvimento de quadros mais graves da covid-19.
”A diferença de letalidade entre brancos e negros, no caso da covid-19 e de outras doenças, tem relação com o fato de que a população negra é historicamente a mais discriminada no acesso aos serviços de saúde e educação. A população negra é a majoritária nas favelas e comunidades de todo o Brasil, onde são precários ou inexistentes os serviços de saneamento e acesso a água potável. O resultado é que a população negra tem muito mais chances de adoecer do que a população branca. É preciso mudar esse padrão estrutural de uma sociedade racista como é a brasileira”, analisou Osvaldo Mendes, da Secretaria de Gênero, Raça e Etnia do Sindsprev/RJ.
