O recente bloqueio de orçamento do Ministério da Educação (MEC), promovido pelo governo Bolsonaro, acendeu o alerta entre reitores das universidades e institutos federais. Os reitores temem que o novo corte — correspondente a R$ 1,059 bilhão — inviabilize o funcionamento das instituições federais em curtíssimo prazo. Realizado por meio do Decreto nº 11.216/2022, o bloqueio de R$ 1,059 bilhão soma-se a outro, de R$ 1,3 bilhão, realizado em agosto deste ano. Somados, os dois cortes orçamentários chegam a R$ 2,399 bilhões para todas as unidades do MEC.
Após a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes) ter se posicionado contra o bloqueio, servidores técnico-administrativos, estudantes e docentes das universidades públicas começaram a se mobilizar para pressionar o governo a restituir o orçamento do MEC. No Distrito Federal, houve protesto da comunidade acadêmica do Instituto Federal de Brasília (IFB), realizado na última quarta-feira (5/10). Na quinta (6/10), foi a vez de estudantes e professores da Universidade Federal da Bahia (Ufba) realizarem seu protesto, no campus da instituição, em Salvador.
Ao todo, o corte no orçamento do MEC subtrai das universidades federais mais R$ 328,5 milhões de reais, segundo a Andifes, totalizando cortes de R$ 763 milhões do orçamento que havia sido aprovado para 2022.
O corte de verbas do MEC foi anunciado poucos meses após o escândalo de corrupção que envolveu um esquema capitaneado pelo ex-ministro Milton Ribeiro para favorecer pastores evangélicos
Em nota, o MEC limitou-se a dizer que, em dezembro, os valores retidos serão “desbloqueados”. A gestão da pasta afirmou ainda que “se adequou” aos cortes no orçamento, o que é inaceitável.