Apesar de laudo técnico da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio (Emop) afirmar que não é necessário o fechamento do Hospital Estadual Eduardo Rabello para a realização de obras de reforma na unidade, a Secretaria Estadual de Saúde insiste em desativar o hospital. O laudo da Emop foi apresentado pelos representantes da empresa a deputados da Comissão de Saúde da Alerj, durante reunião ocorrida dia 16/3.
“Em plena curva ascendente da pandemia de covid, o governo do Estado quer fechar um hospital que possui 60 leitos novos, sendo 4 de UTI. Leitos que no momento estão vazios e que poderiam estar atendendo os pacientes necessitados de tratamento. É um absurdo. É um atentado contra a vida. A decisão do governo de fechar o Eduardo Rabello não tem nenhum amparo técnico. É uma uma estranha decisão política que esconde outro interesse, talvez o de entregar o hospital a organizações sociais e empresas privadas”, protesta Clara Fonseca, dirigente do Sindsprev/RJ e da Acentracerj.
Servidores e pacientes do Hospital Eduardo Rabello lembram que, sobretudo nos últimos anos, os governos de Sérgio Cabral (MDB) e Luiz Fernando Pezão (MDB) destacaram-se como coveiros de hospitais públicos. Além de sucatearem toda a rede estadual, os governos em questão fecharam o hospital de Anchieta e o Instituto São Sebastião e demoliram o Iaserj Central, jogando milhares de pacientes na mais absoluta desassistência. Os governos estaduais também municipalizaram três grandes emergências na zona oeste, abrindo mão de suas responsabilidades para com a saúde pública. Governos que até hoje não fizeram novos concursos públicos e jamais implementaram o Plano de Cargos e Remuneração (PCR) dos servidores da saúde estadual.
Outro questionamento levantado por servidores do Eduardo Rabello, pelo Sindsprev/RJ e pela Acentraserj é o fato de o governo do estado realizar novas obras no Eduardo Rabello apenas dois anos após o hospital ter passado por obras de reforma em suas dependências. Nas obras de 2028 foram reformados o ambulatório, o Centro Dia e o Centro de Imagem do Eduardo Rabello. No início de 2020, devido às fortes chuvas que atingiram o Rio de Janeiro naquele verão, o teto do ambulatório desabou, sendo posteriormente reconstituído.