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quarta-feira, junho 18, 2025
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Conferência Estadual de Saúde alerta sobre precarização e uberização das relações de trabalho

Com o tema ‘Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora como Direito Humano’, profissionais, gestores e usuários do SUS participaram da 5ª Conferência Estadual de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora do Rio, entre os dias 13 e 15 de junho, realizada no Hotel Windsor Guanabara (Centro).

O evento, que reuniu 368 delegados de vários municípios do estado, teve o objetivo de debater e buscar soluções para enfrentar os desafios da saúde do trabalhador, como a precarização das relações de trabalho, a “uberização” e as subcontratações como mazelas a serem enfrentadas e que prejudicam a saúde mental do trabalhador.

A uberização é um novo modelo de trabalho criado a partir de plataformas digitais, como Uber e iFood. Mesmo prometendo flexibilidade, autonomia e ganhos financeiros, as plataformas geram precarização dos trabalhadores, que não têm direitos trabalhistas e acesso a seguros, convênios e proteção contra os riscos associados à profissão, como acidentes, já que não há vínculo empregatício.

Osvaldo Sergio Mendes, diretor do Sindsprev/RJ e presidente do Conselho Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (CMS-RJ), disse que a conferência tem papel fundamental nas políticas públicas de saúde. O dirigente destacou ainda o debate sobre a jornada 6×1.

“A jornada 6×1 adoece o trabalhador. O Sindsprev/RJ fez uma moção de repúdio contra essa jornada. O assédio foi outro tema discutido e que atinge a saúde mental do trabalhador”, comentou.

Osvaldo Mendes elogiou a discussão sobre educação permanente, que considera fundamental para atualizar os profissionais. “A qualificação dos profissionais é sempre bem-vinda e gera confiança e desenvolvimento”, analisou.

A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde é considerada uma importante estratégia do SUS e visa contribuir para a organização dos serviços de saúde, com a qualificação e a transformação das práticas em saúde, por meio da formação e do desenvolvimento dos profissionais e trabalhadores.

Outro ponto destacado foi a necessidade urgente de mais recursos e melhores condições para a saúde. Especialistas defendem que a saúde do trabalhador deve ser um tema prioritário em todos os níveis de governo e que as vozes dos trabalhadores precisam ser ouvidas nas decisões políticas.

Leonardo Légora, presidente do Conselho Estadual de Saúde, destacou que este é um evento histórico, pois “estamos discutindo a saúde do trabalhador após muitos anos sem um evento desse porte”. Ele expressou sua tristeza ao afirmar que muitos trabalhadores estão presos em condições precárias, muitas vezes sem direitos garantidos.

Légora ressaltou a necessidade de garantir que as políticas públicas sejam robustas e inclusivas. “A saúde do trabalhador é um direito humano fundamental, e precisamos nos unir para lutar por isso”, afirmou. Ele enfatizou que é vital que todos nós, trabalhadores, nos unamos e votemos em representantes que realmente nos representem nas casas legislativas.

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