Aumentar a adesão à greve nacional – que atinge os 26 estados e o Distrito Federal – para que avancem as negociações que acontecem nesta quinta-feira (8/8), com o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto , e, sexta-feira com o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) na Mesa Nacional Temporária. Esta é uma das principais orientações feitas pelo Comando Nacional de Greve, em sua reunião de quarta-feira (7/8).

A diretora da Federação Nacional (Fenasps) e membro do CNG, Thaize Antunes, lembrou que estas negociações já são uma conquista da greve. Mas acrescentou que este é um momento decisivo que requer uma maior participação de todos. “A greve é forte em todos os estados e tem se ampliado. Mas este é o momento de aumentarmos a adesão para influenciar no andamento das mesas de negociação”, afirmou Thaize.

Além do aumento da adesão, o CNG orienta os estados a realizarem mobilizações. No Rio de Janeiro haverá uma intensificação das visitas às gerências e agências. “A greve vem se ampliando, com agências funcionando apenas com estagiários. É preciso aumentar a adesão, também, dos que estão em teletrabalho. Outra decisão do Comando Estadual de Greve foi a aprovação de três nomes do Rio de Janeiro para fortalecer o Comando Nacional”, afirmou o diretor do Sindsprev/RJ e membro do Comando Estadual, Paulo Américo.

Rolando Medeiros, também membro do Comando e diretor do Sindsprev/RJ, acrescentou que as agências vêm funcionando com poucos servidores e que, por conta da greve, estão sendo abertas mesmo com poucos funcionários, ou apenas com estagiários. “A agência do Bairro de Fátima, em Niterói, abriu ontem (quarta-feira), com um estagiário. A greve conta com a adesão dos que estão no presencial, no home office, inclusive de gestores”, informou.

Prazo é provocação – Paulo Américo criticou a fixação pelo governo de um prazo para o término das negociações com os vários segmentos do serviço público até 16 de agosto. “Na minha opinião este comportamento só gera mais indignação. Esse caldo vai engrossar. A tendência é a greve crescer ainda mais”, avaliou.

Desde o início da campanha salarial, o governo tem se utilizado de todos os artifícios possíveis para impedir o fechamento de acordos, apresentando propostas rebaixadas, ou mesmo, de corte de direitos, como é o caso dos servidores do INSS, com a recusa em cumprir os itens do acordo de greve de 2022, entre estes, a incorporação da GDASS ao vencimento básico, a caracterização da carreira do seguro como típica de Estado, e mantendo sua política de arrocho salarial, impondo reajuste zero este ano.

O objetivo sempre foi o de fazer acabar o tempo para a apresentação de previsão orçamentária para o cumprimento dos acordos, a fim de criar uma situação que obrigasse as entidades sindicais a fechar com o que estivesse na mesa de negociação. Por isto a importância de uma mesa específica da greve que agilize a negociação.

Mesa Nacional de Greve – “O aumento da adesão e a realização de mobilizações será fundamental, ainda, para exigir do governo, a instalação de uma mesa nacional que negocie as pautas da greve. Vamos fazer esta cobrança na negociação desta sexta”, disse o diretor da Fenasps e integrante do CNG, Cristiano Machado.

Esta mesa é mais ágil que a Mesa Nacional Temporária. Como o governo estipulou o prazo de 16 de agosto para o encerramento das negociações, é preciso que ela passe a ser feita numa mesa que discuta as negociações específicas da greve.

Parlamentares pressionam – Na quarta-feira (7/8), as deputadas federais Fernanda Melchionna e Sâmia Bomfim, ambas do PSOL, protocolaram requerimento ao MGI solicitando a instalação da mesa de negociação da greve do INSS. O pedido às parlamentares foi feito pela federação.

A Fenasps informou que continuará buscando o apoio de mais deputados e senadores. Lembrou que o deputado federal Glauber Braga, também do PSOL, se manifestou em apoio aos servidores do INSS, e repudiado a judicialização da greve.