Mostrando não ter a mínima preocupação com a vida da população, Jair Bolsonaro (PSL-RJ) tirou cerca de R$ 1 bilhão da proposta de Orçamento da União para 2020, que seriam usados na aquisição de vacinas do Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta reduz substancialmente recursos do Programa Nacional de Imunização. E isto está sendo feito em meio ao ressurgimento epidêmico do sarampo, da falta da vacina pentavalente e de vacina da polio, da destruição do PNI.
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A consequência de mais este corte de verbas será o agravamento de toda esta grave situação.
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Com a decisão, Bolsonaro parece ter resolvido seguir de vez seu guru Olavo de Carvalho e o fundamentalismo antivacina. A covardia da retirada do R$ 1 bilhão das vacinas do SUS vai gerar a perda de milhares de vidas. Coloca em risco 30 milhões de brasileiros que recebem as medicações, e prejudica o SUS que provavelmente vai ter que adquirir medicamentos mais caros a longo prazo, colocando em risco a nossa soberania na produção de medicamentos
O governo Bolsonaro já tinha suspenso contratos com sete laboratórios públicos nacionais que produzem 19 medicamentos distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), segundo reportagem do jornal Estado de S. Paulo. Esses medicamentos atendem a mais de 30 milhões de brasileiros e são produzidos através de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs). O sistema funciona da seguinte forma: os laboratórios brasileiros fazem parcerias com os donos das patentes para produzi-los no país. Com isso, conseguem fornecer ao SUS com um valor em média 30% menor do que os praticados no mercado.
Além de fornecer medicamentos para doenças como câncer, diabetes e doenças inflamatórias, o sistema fomenta o desenvolvimento tecnológico do país, gera empregos e garante a autonomia nacional frente à indústria farmacêutica internacional.
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Como exemplo das questões mercadológicas, está a vacina para a febre amarela que, por ser produzida no Brasil, pôde ser distribuída com mais facilidade com o aumento da doença que teve dois surtos entre 2016 e 2018.
Desmonte do SUS
A lista de medidas desastrosas do governo contra a saúde é crescente. Começou pela saída dos medidos cubanos deixando sem assistência a população. O caos da saúde pública inclui também: enfraquecimento da estrutura que combate a HIV/Aids no ministério da saúde; mudanças na política de saúde mental; redução da distribuição de vacinas.
Outro estudo realizado por 15 pesquisadores do Brasil, Estados Unidos e Reino Unido afirma que o governo Bolsonaro ameaça os 30 anos de legado do Sistema Único de Saúde (SUS). A pesquisa foi publicada em uma das revistas científicas mais importantes do mundo, The Lancet, e divulgada pela Revista Piauí Os pesquisadores afirmam que, além do sucateamento de recursos, as políticas também apresentam retrocessos.
Foto: Mayara Alves