Munidas de álcool gel e máscaras, as mulheres do Rio de Janeiro voltam às ruas nesta quarta, 25 de novembro – Dia Internacional da Luta pelo Fim da Violência contra a Mulher.
Com mote “Basta de cultura do estupro! Vidas negras importam!”, a manifestação acontece a partir das 17 horas, em frente a Alerj.
Uma das reivindicações é a condenação do empresário de futebol, André de Camargo Aranha, acusado de estuprar Mariana Ferrer num evento, em 2018. Em audiência, este ano, ela foi desqualificada pelo advogado de defesa de Aranha, Cláudio Gastão da Rosa Filho, que se dirigindo à vítima fez afirmações como a de que “não gostaria de ter uma filha ‘no nível’ dela”, além de mostrar fotos supostamente sensuais, que não têm a ver com o caso. Nas cenas gravadas e publicadas em reportagem pelo site The Intercept Brasil, ele afirma que Mariana tirou fotos em “posições ginecológicas” e “chupando o dedinho”. O juiz do caso, Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis, nada fez para impedir as agressões. Como se não bastasse, aceitou a tese da promotoria, de ‘estupro culposo’ quando ‘não há intenção de estuprar’.
Será cobrada a punição dos mandantes e executores da morte de Marielle Franco e dos assassinos de João Alberto. O homem negro, de 40 anos, morto por espancamento por seguranças do supermercado Carrefour de Porto Alegre.
Os motivos da data
No dia 25 de novembro atos marcam o Dia Internacional de Luta Contra a Violência à Mulher. A data foi escolhida para homenagear as irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), dominicanas que ficaram conhecidas como Las Mariposas e se opuseram à ditadura de Rafael Leónidas Trujillo sendo assassinadas em 25 de novembro de 1960. No Primeiro Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho de 1981, realizado em ogotá, Colômbia, a data do assassinato das irmãs foi proposta pelas feministas para ser o dia Latino-Americano e Caribenho de luta contra a violência à mulher.
Em 17 de dezembro de 1999, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou que 25 de novembro é o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher, em homenagem ao sacrifício de Las Mariposas.
Nos dias de hoje a data vem sendo promovida pela ONU, sendo fonte de divulgação, inclusive, para o disque 180, que atende casos de denúncias de violência contra a mulher. Iniciada em 25 de novembro de 1991, sob a coordenação do Centro de Liderança Global da Mulher, a Campanha Mundial pelos Direitos Humanos das Mulheres propôs os 16 Dias de Ativismo contra a Violência contra as Mulheres.
Este período que vai de 25 de novembro até 10 de dezembro, quando se comemora o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, também contempla outras datas significativas como o 1º de dezembro (Dia Mundial de Combate à Aids), 6 de dezembro (Massacre de Mulheres de Montreal) e 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos).