Na próxima segunda-feira (26/8), os funcionários da rede federal de saúde farão, às 18 horas, uma assembleia virtual. Vão definir o calendário de mobilizações da próxima semana, e também de fortalecimento da greve, de ampliação dos contatos com parlamentares, com o controle social, Defensoria Pública da União e Ministério Público Federal. Para participar, basta cllicar aqui.
A greve tem impedido o governo Lula de impor através da ministra da Saúde, Nísia Trindade, o plano que prevê o desmembramento e terceirização de cada hospital da rede federal em separado. O plano é resultado de um acordo eleitoral entre Lula e Eduardo Paes, um dos beneficiados pelo fatiamento, prevendo entregar à Prefeitura do Rio dois gigantes, com orçamento em torno de R$ 400 milhões: o Hospital do Andaraí e o Cardoso Fontes.
Greve pressiona Paes e Nísia – Tanto a greve, quando os protestos de rua, têm incomodado o governo federal e o seu aliado, o prefeito Eduardo Paes, que é candidato à reeleição este ano. Nísia e Paes foram obrigados a fazer um recuo estratégico, com a Prefeitura anunciando o adiamento para depois das eleições, da transferência do Andaraí para o município.
Mesmo pressionado, o governo Lula tem se negado a abrir negociação com os servidores em greve, o que não era de se esperar de uma gestão que tem à frente um ex-sindicalista de fama mundial. A greve tem obrigado Nísia a mudar de assunto quando as perguntas dos jornalistas são sobre o projeto de desmantelamento da rede federal.
Falta de diálogo – A diretora do Sindsprev/RJ, Christiane Gerardo, criticou a falta de diálogo do governo com os trabalhadores. “A greve segue para completar quatro meses, sem que a seita em que se transformou o ministério da saúde de Nísia Trindade se dedique a abrir um processo negocial, de diálogo, algo que se espera de um governo que respeite os princípios da administração pública”, afirmou.
E acrescentou: “Nísia segue a tática tosca, antidemocrática e autoritária do governo Bolsonaro, de ignorar as pautas sociais dos servidores. Nísia prejudica sobremaneira seu próprio estado ao seguir com a política privatista de fatiamento da rede. A era desta gestão à frente do ministério da saúde já se encerrou, é urgente o governo Lula substituí-la antes que seja tarde demais”, afirmou.