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quinta-feira, janeiro 30, 2025
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Assembleia do Hospital Federal de Bonsucesso denuncia assédio e demora nas transferências

Duas principais reclamações dos servidores do Hospital Federal de Bonsucesso foram feitas na assembleia dos profissionais da unidade, na manhã desta quinta-feira (30/1): a pressão de representantes do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) sobre os funcionários do HFB, e a demora na aprovação dos pedidos de transferência para os institutos que continuarão sob a gestão do Ministério da Saúde. A situação, segundo informações, vem fazendo crescer o número de adoecimentos de fundo psicológico, já que os servidores querem que a portaria do Ministério da Saúde prevendo o direito à transferência, seja cumprida pelo próprio ministério. E não conseguem sair.

Apesar de ter feito um contrato milionário com o Ministério da Saúde, o GHC deixou de cumprir todas as promessas, entre elas, a contratação de 2.200 novos empregados. Para abrir a Emergência vai ter que contratar médicos como pessoa jurídica, uma vergonha para um governo que diz respeitar os direitos dos trabalhadores.

Além disto, o grupo tem tratado com desrespeito os servidores federais estatutários, sendo o pior exemplo a postura do presidente do GHC, Gilberto Barichello, que fez uma fala ameaçadora aos servidores. Numa reunião no auditório da unidade, em 23 de outubro, o gestor terceirizado disse em tom agressivo: “É esta empresa [Grupo Conceição] que vai trabalhar aqui. Se esta empresa não te interessa, não é aqui o seu lugar”, ameaçou. Era a senha para que o desrespeito se tornasse uma prática que vem fazendo com que cresça a cada dia a disposição de mais e mais servidores saírem da unidade.

Servidores da saúde federal eleitos diretores do Sindsprev/RJ se apresentaram na assembleia. Foto: Mayara Alves.

Transferência é direito – Ao impor o chamado plano de reestruturação (fatiamento, terceirização e privatização) da rede federal – sem debate com os servidores e usuários representados pelos conselhos distritais, municipais, estadual e o nacional, nem com as entidades sindicais, como o Sindsprev/RJ – no dia 14 de outubro, a ministra Nísia Trindade baixou portaria garantindo aos servidores a transferência da rede federal terceirizada para os institutos, Into e INC. Mas há uma grande insatisfação com a demora na resposta às centenas de pedidos já encaminhados.

A diretora Christiane Gerardo frisou que o direito tem que ser respeitado e que não há qualquer impedimento para a mudança. Lembrou que não há como manter os funcionários federais presos às unidades terceirizadas por empresas, sejam públicas de direito privado, como é o caso do GHC, sejam privadas, como as organizações sociais, já que fizeram concurso para serem servidores do Ministério da Saúde.
“Vamos a Brasília, no dia 3, discutir, entre outros assuntos, a agilidade nas transferências, a pressão que está sendo feita sobre os servidores e a manutenção dos contratos temporários, com a Coordenadora-Geral de Gestão de Pessoas (Cogep), Etel Matielo”, adiantou Christiane.

O diretor do Sindsprev/RJ, Sidney Castro, dá informes sobre negociação com o GHC. Foto: Mayara Alves.

Quando do lançamento do fatiamento, Matielo disse: “Em algum momento, se esse servidor precisar se movimentar, os direitos estão assegurados. Reafirmo, os direitos estão plenamente garantidos. Esse é um compromisso da ministra Nísia Trindade. O servidor vai manter a sua remuneração e a vinculação da vida funcional continua sendo com o Ministério da Saúde. Em qualquer situação de movimentação, o servidor pertence à pasta. A remuneração continua sendo a da carreira. Se ele for exercer um cargo ou função, ele receberá o adicional”.

O diretor do Sindsprev/RJ, Sidney Castro, deu informe sobre negociação com o GHC sobre escala e plantões. No encontro, o representante da empresa terceirizada garantiu a manutenção da escala já existente, acrescentando que será observada se é a melhor opção.

Núcleo Sindical – Durante a assembleia, integrantes da nova diretoria do Sindsprev/RJ se apresentaram. Com a eleição de servidores do HFB para a nova diretoria, a assembleia elegeu quatro substitutos para os cargos vagos do Núcleo Sindical.

Profissionais elegem novos integrantes do Núcleo Sindical. Foto: Mayara Alves.

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